Portugal, um dos novos destinos das migrações
De acordo com os últimos dados da Organização Internacional das Migrações (OIM), há 214 milhões de migrantes em todo o mundo, correspondendo a 3,1 por cento da população global. Em 2008, os frutos do seu trabalho movimentaram 444 mil milhões de dólares, 338 mil milhões dos quais foram enviados para países subdesenvolvidos.
Mas não é só a falta de dinheiro que leva seres humanos a emigrar: em 2008, havia 26 milhões de pessoas deslocadas devido a conflitos em pelo menos 52 países e hoje contam-se cerca de 16 milhões de refugiados. Do total de migrantes no mundo, 49 por cento são mulheres e 20 a 30 milhões encontram-se em situação ilegal nos países de destino.
Os Estados Unidos da América, com 42,8 milhões de migrantes registados, são de longe o país de maior fluxo de imigração no mundo. Quanto ao país de origem das migrações, a China está à frente de todos, tendo sido o ponto de partida de 35 milhões dos actuais migrantes, seguida da Índia (20 milhões) e das Filipinas (sete milhões).
Portugal é referido pela OIM, juntamente com a Itália, Irlanda e Noruega, como um dos “novos países” de destino dos movimentos de migração. A Fundação Calouste Gulbenkian recebe hoje uma conferência com o título “Portugal País de Emigração e Imigração: desafios comuns de integração”, para “estimular o debate e o diálogo entre investigadores e autores, decisores políticos, representantes da sociedade civil e associações de imigrantes”.
O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, com a tutela da pasta da imigração, preside à abertura da conferência, promovida pelo Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural. A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), que também se associa à efeméride, revela que num estudo que promoveu entre os migrantes em Portugal, a imigração melhorou “a condição socioeconómica” das mulheres e, nos casos em que conseguiram abrir negócios próprios, contribuiu para a sua realização pessoal e profissional.
Baseando-se em 450 inquéritos, a Comissão nota que “as mulheres imigrantes têm como motivações para abrir um negócio o desejo de ser independente e a necessidade de realização pessoal”. “O empreendedorismo migrante feminino é marcado, sobretudo, por situações de auto-emprego e por pequenas empresas, que apesar de se ressentirem com a actual grave crise económica, não fazem esmorecer as mulheres e o seu desejo de expandir o seu negócio”, indica a CIG.