Ordem dos Farmacêuticos vai abrir inquérito a farmacêutico acusado
Foi ontem conhecido que um farmacêutico e uma técnica de farmácia foram acusados pelo Ministério Público de ofensa à integridade física qualificada dos doentes que ficaram parcial ou totalmente cegos, após uma cirurgia realizada a 17 de Julho.
A ordem diz que vai pedir à Procuradoria Geral da República que faculte a identidade do farmacêutico em causa e, se possível, os elementos que constituem prova dos factos que lhe são imputados. "Logo que tenha a identificação em causa, a Ordem dos Farmacêuticos procederá, de imediato e como é regular, à abertura de um inquérito ao farmacêutico acusado, tendo em vista avaliar a sua conduta profissional", lê-se no comunicado assinado pelo bastonário dos farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa.
Caso sejam comprovados "os indícios de prática profissional incorrecta, a Ordem dos Farmacêuticos procederá à instauração do competente processo disciplinar". Nada é referido em relação à técnica de farmácia também implicada. Ambos os profissionais estão suspensos das suas funções.
O comunicado termina por exprimir "profundos sentimentos de solidariedade às pessoas atingidas e às suas famílias".
Já a Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares diz que se podem evitar erros na medicação se houver mais profissionais de farmácia nas unidades de saúde. A presidente, Aida Baptista, disse à TSF que não basta apurar a culpa no caso que levou à cegueira de seis doentes no Hospital de Santa Maria.
A associação considera que existem unidades de saúde que deviam ter mais profissionais de farmácia, porque assim seria possível evitar erros com a medicação.
«Devem apurar-se as condições em que ocorreu este eventual erro e eventual culpa destes profissionais. Há uma série de factores que podem estar envolvidos nesse acontecimento, entre eles, as condições de trabalho e pressões e a quantidade de profissionais», explicou Aida Baptista.Notícia actualizada às 14h58