Governo espanhol promete começar a retirar estímulos e reduzir défice
Intervindo no parlamento, onde hoje deu conta de alguns detalhes sobre a presidência espanhola da UE, a partir de 1 de Janeiro de 2010, Zapatero insistiu que os próximos seis meses serão marcados pela recuperação económica e a criação das bases para um novo modelo de crescimento para a próxima década.
Sublinhando a necessidade da “retirada progressiva” dos apoios ao sector financeiro e dos estímulos para combater o défice público, Zapatero insistiu que estas ajudas são decisivas para sair da crise.
No caso espanhol, essas linhas de apoio contribuíram para aumentar o défice das contas públicas, que deverá atingir 9,5 por cento do PIB até ao final do ano.
Espanha comprometeu-se já a cumprir a meta de reduzir esse défice para menos de três por cento do PIB até 2013, como determinou a UE.
Quatro partidos assinaram pacto sobre presidência da UEDeclarando apoio aos objectivos do Governo para a presidência, e em resposta a Zapatero, o líder do Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, usou a sua intervenção para tecer novos ataques à política económica do Executivo.
Para Rajoy, o primeiro-ministro Zapatero terá uma tarefa “muito difícil” quando tiver que explicar aos restantes líderes europeus que, no campo económico, “devem fazer nos seus países o que o senhor não conseguiu fazer em Espanha”.
Quatro partidos com assento parlamentar assinaram já um pacto, aprovado ontem no Congresso de Deputados, que visa manter uma postura comum em torno da presidência europeia da UE.
O acordo foi assinado por José Antonio Alonso (PSOE), Soraya Sáenz de Santamaría (PP), Josep Antoni Duran i Lleida (CiU) e Josu Erkoreka (PNV), e pretende definir os elementos centrais da agenda da presidência.
Um primeiro texto tinha já sido acordado pelos dois maiores partidos, PSOE e PP, tendo depois sido subscrito, com ligeiras alterações, pelas restantes forças políticas, e abrange questões como o combate à crise, a energia e o futuro da Europa, prioritárias para a presidência espanhola, em que se destacará ainda a implementação do Tratado de Lisboa.
O acordo abrange ainda várias questões relacionadas com a política externa europeia – tendo Cuba ficado de fora –, as alterações climáticas e o combate à pirataria informática.