Museu do Ar aterrou na base aérea de Sintra

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As anteriores instalações, em Alverca, sempre se mostraram exíguas pedro valdez

Instalações inauguradas ontem na Granja do Marquês. Força Aérea garante manutenção de pólos da história aeronáutica em Alverca e Ovar

O Museu do Ar foi ontem transferido de Alverca para a Base Aérea 1, em Sintra. Uma réplica do primeiro aeroplano com motor, o 14 Bis, pilotado por Alberto Santos Dumont em 1906, está entre as principais aeronaves exibidas logo à entrada do novo espaço museológico na Granja do Marquês.

O museu funcionou desde 1969 em Alverca, num antigo hangar junto ao depósito militar das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico. "As instalações cedo se mostraram exíguas para a dimensão do acervo", notou ontem Luís Araújo, general piloto aviador e chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa.

A mudança para Sintra, admitiu o mesmo responsável, é um projecto com cerca de duas décadas, tanto mais que a base área da Granja do Marquês acolheu, a partir de 1920, a primeira escola militar de aviação do país (criada em Vila Nova da Rainha). Um protocolo entretanto firmado com a autarquia de Sintra permitiu que se "salvasse um património nacional que corria o risco de se dispersar ou perder", frisou Luís Araújo.

Recuperar este património "exigiu um trabalho e esforço enorme", que "obriga a uma grande vontade e sensibilidade de acção colectiva", salientou o presidente da autarquia, Fernando Seara, prometendo que a autarquia de Sintra "continua disponível para colaborar com a Força Aérea nos seus projectos de desenvolvimento deste espaço."

O município comparticipou o museu com 150 mil euros, sendo que o investimento realizado até agora ronda os 500 mil euros. Uma verba que resulta da reconversão de diversos hangares, situados junto à porta de armas da base, com uma nova portaria, loja e cafetaria. O espaço, adiantou o director do museu, coronel Henrique Rodrigues, "é o triplo da área de Alverca" e pode ser ampliado até ao dez mil metros quadrados. Actualmente estão em uso um hangar amplo e de outro mais pequeno, num total de cerca de 5.500 m2..

Há 40 aeronaves expostas - 27 no interior e 13 na pista - e quatro simuladores, bem como centenas de objectos relacionados com a aviação militar e civil. A ANA-Aeroportos de Portugal e a TAP resolveram associar-se ao projecto e deste "casamento" nasceram dois espaços próprios, com peças e objectos da sua história.

Logo à entrada, ao lado do precioso avião alemão Junker 52, exibe-se a réplica do biplano 14 Bis, doado pelo Museu Asas de Um Sonho, da brasileira TAM. O director do museu aeroespacial brasileiro, Márcio Cardoso, sublinhou que se trata da segunda réplica existente no mundo (a primeira está em Paris) feita a partir de uma aturada pesquisa "da primeira máquina mais pesada do que ao ar que podia voar pelos seus próprios meios". A réplica da aeronave de Santos Dumont, frisou o especialista, voa sozinha, sem necessidade de "ser catapultada", ao contrário da aeronave dos irmãos Wright, também eles pioneiros da aviação.

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