Não houve acções vendidas por debaixo da mesa

Como é que foi possível que a administração do banco não tivesse tido conhecimento das transacções?

Transacções podem sempre existir, pois as pessoas são livres de as fazer, e a administração sempre teve conhecimento de tudo, como a CMVM e o Banco de Portugal (BdP). As acções não se perdem. O que houve foi um conjunto de pessoas, formado por três investidores, publicamente conhecidos, que decidiram, a determinada altura, investir no Banif. E decidiram comprar acções.


Mas eram portugueses ou angolanos?

Eram portugueses. Eu só conheço os portugueses, que me compraram um lote de acções. Foi tudo perfeitamente normal e legal. Agora, a história que surgiu, é que o dinheiro que esses senhores usaram para comprar as acções pertencia a angolanos, o que eu desconheço. As acções nunca foram vendidas por debaixo a mesa, nem é algo que possa desaparecer. Esses três senhores [Francisco Cruz Martins, António Figueiredo, Eduardo Capelo Morais] tiveram, entre eles, uma posição de cerca de 23 por cento no banco, não os 49 por cento que são mencionados. Com o conhecimento de todas as autoridades, tanto que desempenharam funções no banco [nos órgãos sociais].


Sempre assumindo que a posição era deles, e não de angolanos?

Sempre assumindo que a posição era deles.


E como é que assiste agora a esta polémica?

Como as outras pessoas, com grande surpresa.


Como é que está o processo judicial?

Não faço ideia.


Já foi ouvido pelo Banco de Portugal?

Não. Nem pelo BdP nem por ninguém.


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