Guimarães alarga reabilitação urbana à periferia da cidade
Mapa 2012 vai identificar pontos de interesse arquitectónico fora da zona urbana. Recuperação segue os moldes da que foi feita no centro histórico
A Câmara de Guimarães quer estender o trabalho de recuperação do centro histórico da cidade a outras áreas do concelho. Vários espaços suburbanos e rurais estão já identificados para serem alvo das intervenções, mas no próximo ano será alargado o trabalho de selecção de pontos de interesse arquitectónico e patrimonial.
O projecto Mapa 2012 vai arrancar em breve e será coordenado por uma equipa do Gabinete Técnico Local (GTL). Os técnicos vão identificar locais com potencial patrimonial que se encontrem em freguesias fora da cidade e mereçam ser recuperados. Também zonas de valor ambiental ou turístico vão ser incluídas nesta iniciativa. Nos últimos 20 anos, o GTL liderou a recuperação do casco antigo de Guimarães. Durante esse processo, que culminou com a classificação dessa área como Património da Humanidade, foram intervencionados mais de 300 edifícios, a maioria dos quais fruto de iniciativas exclusivamente privadas.
O Mapa 2012 quer alargar este trabalho, fomentando a coesão urbana entre a zona histórica e o resto do concelho. "O objectivo é fazermos no espaço suburbano e rural aquilo que vimos fazendo ao nível da reabilitação do espaço urbano", aponta o presidente da câmara, António Magalhães. Durante o processo de revisão do PDM, os técnicos da autarquia já identificaram alguns dos locais com potencial para integrarem o Mapa 2012. Mas, em 2010, essa selecção vai ser alargada. Em 2011 devem arrancar as primeiras intervenções no terreno, aplicando as práticas utilizadas na renovação do centro histórico.
Este projecto quer também tornar coerentes as intervenções no espaço público em todo o concelho. Nos últimos anos, 30 das 69 freguesias de Guimarães tiveram os seus centros cívicos requalificados, mas o Mapa 2012 quer conferir unidade a essas obras.
Nos próximos três anos, e tendo a Capital Europeia da Cultura de 2012 como horizonte, a autarquia vai investir quase 70 milhões de euros na recuperação de edifícios e artérias da cidade, um investimento financiado, na maioria dos casos, em grande parte por fundos comunitários. Já o trabalho do Mapa 2012 terá uma dificuldade nesse aspecto, uma vez que não existem candidaturas europeias que financiem intervenções realizadas fora dos espaços urbanos. Deste modo, as reabilitações que venham a ser definidas pelo GTL vão ter de ser financiadas apenas pelos dinheiros municipais.
Além do trabalho de renovação das áreas urbanas do concelho, o Mapa 2012 tem como objectivo potenciar o turismo para além do centro histórico. Os técnicos do GTL vão criar percursos turísticos que liguem os locais dignos de intervenção no âmbito desta iniciativa. "Queremos identificar nichos de qualidade e interesse ao longo desses percursos, podendo deixar ao turista a hipótese de conhecer Guimarães profundo", antecipa Magalhães.