Face Oculta: PSD e BE insistem que Vieira da Silva fez pressão sobre investigação

"O ministro acusou quem faz investigação criminal de estar a fazer espionagem política, quando não tinha nenhum facto para sustentar acusações. Essas afirmações não foram mais do que inaceitável pressão política sobre investigação criminal", afirmou o deputado do PSD Miguel Macedo.

O deputado falava no final da audição da Comissão de Assuntos Constitucionais com o ministro Vieira da Silva, após o governante ter classificado como "espionagem política" o caso das escutas que envolveram as conversas telefónicas entre o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ex-dirigente socialista Armando Vara, este último arguido no processo "Face Oculta".

Do lado do CDS-PP, o deputado Nuno Magalhães considerou que a audição "foi pouco esclarecedora" porque "o ministro passou a maior parte do tempo a dizer que não disse aquilo que o país ouviu".

"Em qualquer caso, teria sido importante, até para maior tranquilidade da investigação criminal, dizer que foi um simples excesso de linguagem que acontece a todos", disse o deputado.

Para a deputada do BE Helena Pinto, "não ficou esclarecido a quem é que o ministro atribuía a responsabilidade da espionagem política".

"Isto só tem uma leitura, é que o ministro teve afirmações incendiárias para cima de um processo judicial levantando a dúvida e a suspeita sobre todos os processos judiciários", acrescentou.