África leva a Copenhaga o sonho de uma "grande muralha verde" contra o deserto
O projecto envolve onze países - Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Chade, Sudão, Etiópia, Eritreia, Senegal e Djibuti
O projecto foi lançado em 2005. Mas, quatro anos depois, a "grande muralha verde" do Senegal a Djibuti, para travar o avanço do deserto do Sara, ainda mal se vê nas areias da região. África vai tentar relançar o projecto na cimeira do clima em Copenhaga, em Dezembro.
A ideia desta barreira de vegetação - com sete mil quilómetros de extensão por 15 de largura e alimentada pela água da chuva armazenada - foi lançada pelo antigo Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo. Depois foi adoptada pelo seu homólogo senegalês. Hoje, o projecto envolve onze países - Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Chade, Sudão, Etiópia, Eritreia, Senegal e Djibuti.
Contudo, os resultados são modestos. Apenas dez quilómetros de "muralha" foram plantados, reconheceu o ministro senegalês do Ambiente, Djibo Ka, à AFP. "Plantámos espécies locais que se adaptam bem", explicou o coronel Matar Cissé, director da Agência Nacional da Grande Muralha Verde. "Mas o maior desafio é proteger as plantações do gado", precisou.
Djibo Ka considera que, com este projecto, "África assume as suas responsabilidades com respostas eficazes" para enfrentar as alterações climáticas. "África não irá de mãos vazias à cimeira de Copenhaga. O projecto da "grande muralha verde" será apresentado pelo Presidente (senegalês) Abdoulaye Wade", adiantou. "É um sonho que começa a tornar-se realidade". O maior obstáculo ao projecto é o financiamento. "Esperamos compromissos sérios, importantes e claros" em Copenhaga, disse Ka.