Morreu Álvaro Costa Leite, o fundador do Finibanco
O empresário, que tinha 77 anos, começou no negócio dos derivados de madeira, com a criação da Vicaima
Álvaro Pinho da Costa Leite, fundador da empresa de madeiras e derivados Vicaima e do Finibanco, morreu ontem. Tinha 77 anos. A informação foi comunicada pelo banco, do qual era ainda o presidente do conselho de administração.
Álvaro Pinho da Costa Leite nasceu em 1932, sendo o primogénito do empresário Arlindo Soares de Pinho e de Maria da Assunção Costa Leite de Pinho. Era o irmão mais velho do também empresário Ilídio Pinho, fundador da empresa de embalagens Colep, que entretanto vendeu.
Quando acabou o curso comercial, no Porto, em 1950, Álvaro Costa Leite começou a trabalhar de perto com o pai, na Arsopi, ligada à metalomecânica, mas oito anos depois optou por fundar a sua própria empresa, dando origem ao que viria a ser a Vicaima, ligada ao sector das madeiras e derivados.
Para o lançamento do seu negócio, o empresário teve o apoio do banqueiro Afonso Pinto de Magalhães e até o seu próprio pai. Em 1964, avançou com um projecto de fabricação de portas, área onde ainda hoje a empresa se destaca, prosseguindo a sua expansão a partir da região de Vale de Cambra. O fim do condicionamento industrial afastou algumas restrições de mercado e a empresa foi alargando o seu número de fábricas e de produtos, assumindo-se hoje com um dos maiores fabricantes de portas de interior a nível europeu.
Em 1988, a Vicaima deu um salto em frente com a aquisição da Jomar, uma grande empresa concorrente. Nessa década, Álvaro Costa Leite optou pela diversificação dos negócios, passando também a investir em sectores como o imobiliário e o financeiro.
Tendo por base a Finindústria, criada em 1989, nasce, em 1993, o Finibanco, ligado à banca de investimentos. Esteve também ligado ao arranque do Banco Comercial Português (BCP).
Hoje, as principais empresas do seu grupo são a Vicaima e o Finibanco, geridas nos últimos anos pelos seus filhos, Arlindo da Costa Leite e Humberto da Costa Leite.
Em Março de 2005, o empresário foi notícia pelas piores razões: estacionou o carro a escassos centímetros de activistas da Greenpeace, que estavam acorrentados ao portão da fábrica Vicaima, em Vale de Cambra, agrediu um repórter de imagem da SIC e insultou jornalistas e activistas.
A acção de protesto levada a cabo pelos ambientalistas pretendia chamar a atenção para a utilização de madeira proveniente do abate ilegal de árvores no Brasil, situação que a empresa negou.