New York, I Love You

Segundo compêndio de curtas temáticas na série "Cidades do Amor" depois de "Paris, Je t''aime" (2006), a sensação que fica de "New York, I Love You", é, paradoxalmente, a de que nenhuma destas pequenas histórias de amor sediadas em Nova Iorque é especificamente nova-iorquina em tema, tom ou concretização. E assim lá vai à vida a lógica unificadora da encomenda do produtor Emmanuel Benbihy a dez realizadores de todo o mundo, com o desafio de terem um máximo de dois dias para filmar e uma semana para montar: se estas histórias podiam decorrer em Nova Iorque como em Paris, Londres, Tóquio, Moscovo ou Xangai, se em nenhum momento (para lá das transições dirigidas por Randy Balsmeyer) sentimos algo de local em jogo, de que serve juntá-las sob o título "New York, I Love You"? Dito isto, deste caldeirão vale-tudo razoavelmente anónimo, há três segmentos que merecem atenção: o japonês Shunji Iwai com o flirt telefónico entre Orlando Bloom como um compositor de bandas-sonoras e Christina Ricci como a secretária do realizador; Mira Nair com a "reunião de trabalho" que deriva para fantasia romântica entre dois negociantes de diamantes, o indiano Irrfan Khan e a judia hasídica Rachel Portman; e, sobretudo, a "história de fantasmas" entre uma Julie Christie imperial e um irreconhecível Shia LaBeouf dirigida por Shekhar Kapur (substituindo o falecido Anthony Minghella, que escreveu o segmento mas faleceu antes de o realizar). Mas mesmo esses não chegam para fazer de "New York, I Love You" mais do que uma curiosidade diletante que se esquece rapidamente.

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