David Blanco torna-se no primeiro estrangeiro a vencer três edições da principal prova velocipédica nacional

Se ainda houvesse dúvidas, a contra-análise realizada na semana passada pelo laboratório de Paris clarificou-as definitivamente: a análise às amostras B de Nuno Ribeiro, Hector Guerra e Isidro Nozal, requeridas pelos corredores da Liberty Seguros, confirmou que os três usaram CERA (EPO de terceira geração) na preparação para a Volta a Portugal.

A confirmação oficial foi dada ontem por Luís Horta, director do Laboratório de Análises de Dopagem (LAD), que revelou ao PÚBLICO que a Autoridade Antidopagem de Portugal tinha sido notificada oficialmente pela União Ciclista Internacional (UCI) do resultado do teste à amostra B do vencedor da edição deste ano da Volta a Portugal, algo posteriormente corroborado pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC). "A UVP/FPC informa que recebeu da UCI a declaração de que a contra-análise, realizada ao ciclista Nuno Ribeiro, confirmou o resultado da amostra A", pode ler-se no curto comunicado, que não acrescenta mais pormenores aos já conhecidos e que exclui Guerra e Nozal, uma vez que ambos, embora alinhassem numa equipa portuguesa, estão filiados na Real Federação Espanhola de Ciclismo.

O resultado dos testes realizados às amostras sanguíneas recolhidas aos três corredores durante um controlo fora de competição, a 3 de Agosto, dois dias antes do arranque da Volta a Portugal, por um laboratório independente de Paris, na semana passada, terá como efeito imediato a desclassificação dos homens da Liberty da Volta a Portugal e, consequentemente, a entrega de vitória da 71.ª edição ao espanhol David Blanco, que se torna assim no primeiro estrangeiro com três triunfos na prova portuguesa (2006, 2008 e 2009). Blanco deverá também ficar inscrito no palmarés da edição deste ano como vencedor do contra-relógio final, ganho por Guerra.

Na sequência do controlo positivo do ciclista português, o presidente da FPC, Artur Lopes, decidiu adiar a homologação dos resultados da edição de 2009 da Volta a Portugal até que o processo dedopingde Ribeiro fosse resolvido. Sem data conhecida para uma resolução do Conselho de Disciplina da FPC, resta agora a Ribeiro, esperar pela deliberação deste organismo, que definirá a sanção correspondente. De acordo com o Regulamento Antidopagem da UCI, Ribeiro, Guerra e Nozal incorrem em penas de suspensão de dois anos, por ser este o seu primeiro caso positivo. Os três ciclistas estão suspensos preventivamente desde 18 de Setembro.