Torne-se perito

Breve história das eleições desde 1976

1976

O mesmo número de câmaras para PS e PSDO PS foi o mais votado, conquistando a presidência de 115 câmaras municipais, incluindo as principais cidades do país. Apesar de ter tido menos nove por cento dos votos, o PSD conquistou o mesmo número de presidências, com predominância nos pequenos concelhos do interior-norte e centro. Os comunistas, através da Aliança Popular Unitária (APU), foram a terceira força mais votada, dominando o Alentejo e a então chamada "cintura vermelha" de Lisboa e totalizando 37 câmaras. Seguiu-se o CDS, com 36 presidências, e o PPM com uma.

1979

Vitória da Aliança Democrática

Quinze dias depois de umas eleições legislativas que deram a vitória à Aliança Democrática (PPD/CDS/PPM), as autárquicas traduziram-se numa severa derrota dos socialistas, que recuaram para apenas 60 presidências de câmara. O PSD conquistou 101 presidências, a AD 73, a APU 50, o CDS 20 e o PPM uma. Além da clara vitória dos partidos de direita, a derrota socialista foi acentuada pela perda das Câmaras de Lisboa, Porto e Cascais. É de realçar ainda a subida dos comunistas, de 37 para 50 câmaras, em que ultrapassaram a barreira dos 20 por cento dos votos.

1982

PS começa a recuperar

O PPD continua a ser o partido mais votado, conquistando 88 câmaras, que se somaram às 49 presidências obtidas no âmbito da Aliança Democrática (PPD/CDS/PPM). Fora da coligação, o CDS conquistou 27 municípios. É nestas autárquicas que os socialistas começam a sua recuperação eleitoral (no ano seguinte venceram as legislativas), chegando às 84 presidências de câmara, e em que os comunistas obtiveram o seu melhor resultado de sempre, tendo ocupado a presidência de 55 municípios. Foi nestas eleições que a ASDI, o grupo dissidente do PPD, elegeu um presidente de câmara, em Lajes das Flores (Açores).

1985

PSD de Cavaco reforça posições

As eleições realizaram-se em Dezembro, ainda na ressaca da votação para a Assembleia da República, realizada em Outubro e que ficou marcada pelo fim da AD e o surgimento do PRD. O PSD, que venceu as legislativas, cresceu ainda mais nas autárquicas, chegando às 149 presidências de câmara. O PS desceu para 79 e os comunistas para 47. O CDS manteve o mesmo número de presidências (27) em relação às eleições anteriores, tendo o PRD assumido a liderança de três municípios.

1989

PS passa a liderar a ANMP

O PSD caiu para 114 presidências de câmara (uma em coligação com o CDS), tendo sido ultrapassado pela primeira vez pelo PS que conquistou 120 (três em coligação com o CDS e uma com a CDU). Foi a primeira derrota do PSD de Cavaco Silva, que deixou fugir também para os socialistas a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Os comunistas continuaram a dominar o Alentejo e a cintura de Lisboa, com 50 câmaras, enquanto o CDS se quedou pelas 20 presidências. A UDP chega à presidência da Câmara de Machico, na Madeira.

1993

Poder socialista consolida-se

A vitória do PS marca o arranque para a maioria absoluta nas legislativas de 1995. Os socialistas alargam o número de presidências de câmara, passando a liderar 127 municípios. Às vitórias em Lisboa (em coligação com a CDU e a UDP) e no Porto, que constituíram um sério revés para o PSD de Cavaco Silva, juntou-se a conquista de Sintra e Cascais. Mesmo assim, o PSD segurou a presidência de 116 municípios. Estas eleições marcam também o início do declínio do CDS, que recua para 13, enquanto os comunistas perdem apenas uma, passando para as 49.

1997

PS e PSD voltam ao empate

PS e PSD reeditam o empate das primeiras eleições, com 127 presidências de câmara cada, mas ainda com ligeira vantagem para os socialistas, que mantiveram Lisboa, em coligação com a CDU e a UDP. A coligação comunista, CDU, começa a perder terreno no Alentejo e recua para as 41 presidências de câmara. Mas a maior queda é do CDS, que segura apenas a presidência em oito municípios. O PPM voltou à presidência do único município que antes deteve: Ribeira de Pena.

2001

Guterres afasta-se do "pântano"

Vitória absoluta do PSD que levou à demissão do primeiro-ministro António Guterres, com o discurso do "pântano" proferido em plena noite eleitoral. A derrota dos socialistas saldou-se ainda pela perda de municípios como Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. A vitória do PSD abriu caminho a Durão Barroso, que três meses depois chegou à liderança do Governo. Os sociais-democratas conquistaram a presidência de 157 municípios (15 em coligação com o CDS), enquanto os socialistas se quedaram pelos 113. A CDU passou a ter apenas 28 presidentes de câmara e o CDS quase desapareceu do mapa autárquico, com apenas três municípios. É nestas eleições que, pela primeira vez, se candidataram grupos de independentes, tendo conquistado três câmaras.

2005

PSD vence apesar de Oeiras e Gondomar

Humilhado nas legislativas deste ano, o PSD resistiu e manteve a presidência de 157 municípios, mesmo "prescindindo" de Oeiras e Gondomar, cujos candidatos (Isaltino e Valentim) foram vetados pelo líder Marques Mendes. Em 20 daqueles concelhos, o PSD concorreu coligado com o CDS; em dois a coligação juntava ainda o PPM e num também o MPT. O PS, que vinha da maioria absoluta nas legislativas, ficou-se pelas 110 câmaras, enquanto a CDU recupera algumas posições, chegando à liderança de 32 municípios. Sete presidentes de câmara foram eleitos em listas independentes, enquanto o CDS e o BE elegeram um presidente cada.F.F./J.A.M.

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