"Não queremos intervir para descaracterizar", afirmou ontem o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, durante a apresentação do Plano Estratégico de Desenvolvimento das Encostas do Douro (PEDED). "Queremos transformar este espaço numa área protegida local", acrescentou.

O contrato para a elaboração do PEDED foi adjudicado em Abril de 2008 e, neste momento, já está concluída a fase de negociações com os proprietários e com as empresas da cidade para a concretização, nos próximos dez anos, do "primeiro parque natural local do país", num investimento de 58 milhões de euros. O objectivo da autarquia é aproveitar "os espaços de elevado valor natural, ecológico e paisagístico", o "posicionamento geoestratégico da cidade" e os "equipamentos âncora" do município, dos quais são exemplo a Quinta de S. Inácio e o Parque Biológico de Gaia, para a transformação da cidade numa "porta fluvial do Alto Douro Vinhateiro".

O programa de actuação foi elaborado com base em quatro unidades territoriais "com diferentes níveis de intervenção": o Vale de Quebrantões; o Areinho de Avintes; o Vale de Arnelas; e o Vale de Uíma. Para o Vale de Quebrantões está previsto "um espaço de actividades de lazer e desporto informal". "Queremos requalificar o Cais de Quebrantões, criar um campo de golfe de 18 buracos e construir uma via marginal e uma ciclovia", afirmou Luís Ramos, professor universitário que vai integrar a direcção do parque juntamente com Nuno Oliveira, director do Parque Biológico de Gaia.

Do plano de intervenção previsto para Avintes faz parte a requalificação urbanística do cais e edificado do Lugar do Esteira, a criação de um Parque Rio com actividades de lazer e ainda a promoção da "vocação agrícola" das quintas da freguesia. No Vale de Arnelas pretende-se construir um Parque Aventura e reforçar os espaços desportivos.

Por fim, no Vale do Uíma vai ser construído um conjunto de percursos pedonais, de bicicleta e de automóvel que interligam várias zonas de património natural relevante.