EUA vão investigar efeitos secundários da vacina da gripe A

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Há 25 vacinas contra a gripe A H1N1 a serem testadas Jason Reed/REUTERS

A associação nunca foi provada, mas muitos americanos olham com desconfiança para as imunizações desde 1976. Nesse ano, 43 milhões de cidadãos foram vacinados contra um novo vírus da gripe. O vírus não se chegou a espalhar, mas os jornais encheram-se de notícias sobre os casos de Guillain-Barré. A doença afectou centenas de pessoas e vitimou 25; a vacinação foi interrompida.

Agora, tanto os CDC (Centros de Controlo e Prevenção de Doenças) como a FDA (a agência federal que regula os medicamentos) estão à espera de uma avalanche de notificações sobre efeitos adversos das vacinas — óbitos, doenças e problemas de saúde — que ocorram no prazo de duas semanas a seguir à vacinação. “Vamos ficar submersos em potenciais ocorrências adversas”, diz Mike Osterholm, especialista em saúde pública da Universidade do Minnesota.

Os peritos da gripe não duvidam da segurança da vacina, que está a ser fabricada usando a mesma tecnologia que as vacinas contra a gripe sazonal, administradas a centenas de milhões de pessoas. Porém, como se trata de um vírus inédito, os laboratórios tiveram de determinar a dose certa. “Sabemos que vamos ter de monitorizar não apenas a Guillain-Barré, mas os eventos adversos em geral”, disse Nancy Cox, dos CDC.

E para além de artigos críticos nos jornais e das reportagens televisivas, vão ter de lidar com a Internet — que não existia em 1976 —, e em particular com os blogues, o Facebook, o Twitter e dezenas de outras formas que as pessoas têm hoje de comunicar global e instantaneamente.

Fora dos EUA, a Organização Mundial da Saúde também tenta confortar a opinião pública, afirmando que as vacinas que estão a ser produzidas por 25 empresas são seguras. Mas não nega que qualquer vacina — e esta em particular — tenha riscos. Quanto ao que irá acontecer em Portugal, Francisco George, director-geral de Saúde, diz que “o sistema de farmacovigilância vai ser feito pela DGS em conjunto com o Infarmed”. Ao telefone, garantiu que “todas as reacções adversas serão notificadas”. Vamos “apertar a malha”, salientou. Maggie Fox (Reuters) e PÚBLICO