Espírito "premium" à francesa

Inspirar-se no passado para criar o futuro. Esta é a filosofia da Citroën, ao lançar a nova linha DS, que não substitui a gama C, e da qual o DS3 é o ponta-de-lança. João Palma revela-lhe alguns pormenores deste novo carro
A designação DS, segundo a Citroën, significa "Different Spirit" e tem raízes na denominação do DS de 1955, o famoso "boca de sapo", que na época constituía uma referência em termos de luxo e novidades tecnológicas, e também representou uma forma de abordar o automóvel diferente. Depois da apresentação do "concept" DS Inside, em Fevereiro passado, a marca francesa irá revelar este mês, no Salão de Frankfurt, o primeiro modelo desta linhagem, o DS3, cuja chegada a Portugal está prevista para o início de 2010.
O DS3 é um "utilitário de luxo" com 3,95 metros de comprimento, 1,71m de largura, 1,45m de altura, 5 lugares e uma bagageira de 285 litros. Equivale, em dimensões, ao actual Citroën C3. Posteriormente, mas ainda sem data definida, seguir-se-ão os lançamentos dos maiores DS4 e DS5.
Se a plataforma do DS3 é partilhada com a futura geração do C3, daí para cima temos um carro radicalmente novo. Pelo sua estética, qualidade dos materiais e acabamentos, inovações tecnológicas e as diversas possibilidades que oferece para o personalizar, este veículo poderá ser uma alternativa a outros pequenos carros concebidos numa abordagem mais luxuosa, como o Alfa Romeo MiTo ou os Mini, e até mesmo o Fiat 500 ou o Toyota IQ, embora pelas suas dimensões, números de ocupantes (5) e capacidade da mala, se posicione num patamar acima.
As linhas deste novo modelo são ao mesmo tempo inovadoras e sedutoras, conferindo-lhe um aspecto dinâmico, com o tejadilho flutuante e o pilar central em forma de barbatana de tubarão. As ópticas dianteiras acentuam o visual desportivo, que é sublinhado por luzes de dia (à frente e atrás) com LED.
No interior, o ambiente tem um toque desportivo, com uma posição de condução mais baixa que a do C3, volante de 3 raios de pequeno diâmetro com parte inferior cortada e uma alavanca de mudanças curta. O tablier sobreelevado (com um painel de instrumentos onde se misturam mostradores analógicos e digitais) beneficia o espaço para as pernas. Bancos finos e uma traseira tipo carrinha proporcionam mais espaço atrás para os ocupantes e para as bagagens.
A qualidade dos materiais empregues (como o couro perfurado) e dos acabamentos conferem ao DS3 um toque extra de requinte, que é acentuado pelo facto de cada veículo poder ser adaptado ao gosto do cliente: o tejadilho pode ter 4 cores distintas; as conchas dos retrovisores exteriores podem ser coloridas ou cromadas; as rodas, com jantes especiais, podem ter cores diversas; para o interior estão disponíveis 8 acabamentos; para o punho da alavanca da caixa de velocidades, 7; por fim, para acentuar ainda mais o cunho individual, propõem-se 7 temas de personalização para configurar a carroçaria e o habitáculo.
Com uma suspensão melhorada, o Citroën DS3 terá cinco motorizações: 2 HDI FAP 1.6 a gasóleo com 110cv e 90cv (esta variante emite apenas 99 g/km de CO2); 3 a gasolina - VTi 1.4 de 95cv, VTi 1.6 de 120cv e THP 1.6, sobrealimentado, com 155cv. Todos estes propulsores podem vir acoplados a caixas manuais de 5 ou 6 velocidades e para o VTi 120cv também será disponibilizada uma caixa automática.
Com o DS3 oferece-se um serviço, Citroën Freedrive, para assegurar as operações de manutenção, lavagem e limpeza do veículo, bem como a disponibilização de um carro de substituição em caso de imobilização da viatura, nomeadamente quando ela for submetida a operações de revisão.