Proposta de expansão do metro de Lisboa prevê ligação directa entre Oriente e hospital de Amadora-Sintra
Benfica e Alcântara poderão ter este meio de transporte na próxima década, além de ampliações previstas para Odivelas, Loures e Amadora
a A criação de uma linha circular que una parte das actuais linhas Verde e Amarela da rede de metropolitano de Lisboa e a construção de um troço que ligue directamente a Estação do Oriente à Pontinha em 24 minutos são as principais novidades constantes da proposta de expansão, plano da responsabilidade da administração da empresa e do Ministério das Obras Públicas, para ser concretizado entre 2010 e 2020. A proposta, apresentada ontem na Estação de Odivelas pela secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, pressupõe a ligação do aeroporto (cuja ligação a Oriente está actualmente a ser construída) ao hospital Amadora-Sintra, passando pelo Campo Grande e pela Pontinha. O troço que juntaria a Estação de Campo Grande a Telheiras deixaria de fazer parte da Linha Verde e seria integrado na nova Linha Vermelha. Telheiras poderá ligar-se à Pontinha através de três estações (Fernando Namora, Senhora da Luz, Padre Cruz) e o troço entre a Pontinha e Amadora-Este, com a já anunciada chegada ao hospital de Amadora-Sintra, integraria esta nova linha.
Nova centralidade
No outro extremo, a Linha Vermelha tem proposta de ampliação, desta vez de São Sebastião até Campo de Ourique, sendo que neste bairro se divide em dois troços: um com direcção ao Alvito e outro com final em Alcântara. O Alvito poderá tornar-se um ponto de intermodalidade, ligando o metro ao eixo ferroviário Norte-Sul, permitindo ligações à parte ocidental da área metropolitana. Por sua vez, Alcântara é encarada como uma nova centralidade de Lisboa, com a concretização dos planos para aquela área. No entanto, a zona ocidental a sul de Monsanto não tem proposta de prolongamento, ficando a Ajuda, Belém e Restelo sem o metropolitano.
Na proposta de extensões a construir na nova Linha Vermelha prevêem-se 5,9 quilómetros entre o aeroporto e a Pontinha, 3,9 entre São Sebastião e o Alvito e a ligação de Campo de Ourique a Alcântara será feita em 2,3 quilómetros. Uma duração de dez minutos é o tempo estimado para se efectuar o trajecto entre o Alvito e Saldanha.
No centro de Lisboa, salienta-se a fusão do troço Rato-Campo Grande ao percurso da Linha Verde entre esta mesma estação e o Cais do Sodré. Através do prolongamento do Rato ao Cais do Sodré, com paragens em São Bento e Santos, tornar-se-á possível a criação da tal linha circular.
Simultaneamente à apresentação do plano, na Câmara de Lisboa, onde o executivo votou favoravelmente a expansão (com votos contra do movimento Lisboa com Carmona e absatenção do PSD), António Costa falava dos méritos do metro, a ponto de ter falado em organizar uma corrida entre este meio de transporte e um Ferrari, garantindo que a vantagem é do pesado e não da máquina italiana.
Com um investimento total de 2,5 mil milhões de euros, o projecto concretizará a chegada do metro a Loures, com final no Infantado, permitida por uma ramificação em Odivelas. Segundo a proposta, um outro ramal seguirá dali para o centro do concelho, depois para a Ramada, terminando nos Bons Dias, em Odivelas. Este troço, segundo prazos divulgados na apresentação, tem conclusão prevista para 2017.
Na rede já existente, está prevista a criação de mais estações. Benfica, um bairro onde há queixas devido a problemas de acessibilidade, terá uma bifurcação a partir do Colégio Militar. Por sua vez, entre Roma e Areeiro propõe-se a construção da estação Madrid, que serviria de interface à estação da Refer. Ano e meio depois da inauguração, o percurso Terreiro do Paço-Santa Apolónia tem prevista uma nova paragem em Alfama, por solicitação da autarquia, de acordo com a secretária de Estado dos Transportes.