a Os professores de Português defendem que o acordo ortográfico (AO) deve ser introduzido nas escolas juntamente com o novo programa da Língua Portuguesa do Ensino Básico, previsto para Setembro de 2010, de forma a evitar que o ensino da língua pareça "uma estrada esburacada". "O ideal é que entre em vigor tudo ao mesmo tempo, que não façamos como algumas obras portuguesas em que a estrada é alcatroada hoje, dentro de uma semana vêm esburacá-la para pôr os canos da água, passado quatro semanas vêm abri-la de novo para fazer o serviço da electricidade. Nós, no ensino de Português, gostaríamos de não estar sempre a esburacar a estrada", considerou Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP).
Paulo Feytor Pinto destacou que nunca existiram compromissos concretos e claros do Ministério da Educação com datas e pediu que se tomem decisões sobre a entrada em vigor do AO "de uma forma clara, concreta e definitiva".
"Até a declaração aprovada pela Assembleia da República de que o AO entraria em vigor até ao Verão de 2014 é muito vaga", exemplificou.
O acordo ortográfico deverá começar ao mesmo tempo em todos os anos lectivos e os alunos já alfabetizados terão de reaprender a ortografia. "Parece-nos um bocado estranho que alunos que agora começam a estudar Português comecem com a grafia antiga, que sabemos que não vai estar em vigor daqui a uns anos. Os alunos do primeiro e segundo anos de escolaridade deveriam começar já a aprender a escrever segundo o novo acordo", defendeu.
Quanto à preparação dos professores, considerou que as alterações não são um "bicho-de-sete-cabeças". "Julgo que basta uma meia hora para os professores aprenderem as novas regras. E depois é aplicá-las." Lusa