Velocidade humana e animal

A natureza ainda marca pontos à frente de Bolt

Ao fim de 41 passos, Usain Bolt bateu os cem metros. As passadas não foram todas dadas com a mesma rapidez, Bolt teve uma velocidade média de 37,58 km por hora e um máximo de 44,72 km por hora. Ainda assim, se o jamaicano tivesse do seu lado esquerdo um coelho e do direito um gato, ficaria só com a medalha de bronze. A verdade é que Bolt, o melhor Homo sapiens sapiens em velocidade, não é grande coisa comparado com o resto do mundo natural, e nem sequer estamos a falar da chita [na foto] - o animal terrestre mais rápido do mundo, que terminaria esta prova em 3,27 segundos a 110 km por hora.
Contra os herbívoros, Bolt ficava no fim da tabela. Podia empatar contra a impala, que corre a 47 km por hora e ganhava com facilidade ao dromedário, mas se a capivara se juntasse à corrida - uma espécie de antílope que vive na Índia, e que corre a 105 km por hora - Bolt passaria à liga de honra. Mesmo cavalos, vacas, e as espécies de antílopes e gazelas, que correm em média entre os 60 e os 80 km por hora, deixavam o jamaicano para trás num instante.
Os carnívoros também reservam surpresas. Grandes mamíferos que pareceriam lentos, como o urso-cinzento ou o urso-negro, correm a uma velocidade máxima de 48 km por hora e bateriam Bolt. Os canídeos: cães, lobos, raposas, mabecos, que correm acima dos 50 até aos 72 km por hora cortavam a meta antes do atleta; e os felinos, que ganham o ouro com a chita, também dão cartas com o tigre da Sibéria (80 km/hora) ou o gato, que foge "só" a 48 km por hora. Contra um urso-polar, que alcança os 40 km por hora ou um guaxinim, um pequeno carnívoro que alcança 26 km por hora, as apostas vão inteirinhas para o atleta.
Para primatas não estamos mal. Numa competição contra um gorila que corre a 32 km por hora, Bolt podia estar descansado que ganhava o ouro. O jamaicano é rápido e até acredita vir a conseguir bater os 100 metros em 9,40 segundos - talvez a velocidade máxima permitida pela nossa anatomia. O corpo humano tem limites. Nicolau Ferreira

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