Os instrumentos musicais voltam a ouvir-se no Instituto Nacional de Música do Afeganistão, um edifício em obras localizado em Cabul que aspira a ser sede de uma orquestra sinfónica, após anos de silêncio e proibição pelos talibãs.
Actualmente o instituto é apenas um esqueleto, sem portas nem janelas, as salas com escombros e as paredes com dezenas de buracos de balas, testemunhos dos combates entre os muhajedines pelo controlo do país na década de 1990.
A chegada dos talibãs ao poder no Afeganistão também condenou a música, porque os professores tiveram que abandonar o trabalho e fugir para o estrangeiro devido à proibição dos instrumentos musicais pelos integristas.
De acordo com o professor da escola de música do instituto, Mohammed Daud, apesar de o edifício estar em obras de reconstrução, com difíceis condições para o ensino, a instituição tem recebido donativos estrangeiros e acolhe actualmente 140 alunos.
"O nosso grande problema é que nos faltam professores: só temos oito. Mas estamos a planear contratar mais 15 no Afeganistão e 11 provenientes do estrangeiro", declarou o responsável à agência EFE.
A falta de profissionais de música é um dos problemas da crise educativa afegã já que os professores negam-se a ensinar nas zonas com presença dos talibã, que se opõem ao ensino feminino, tendo atacado no passado várias escolas.
Nas aulas, as crianças e jovens aprendem a tocar instrumentos afegãos, violino, guitarra, trompete, saxofone e piano.