Forte oposição norte-americana à libertação do bombista de Lockerbie

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270 pessoas morreram na explosão do avião da Pan Am sobre a localidade escocesa de Lockerbie em 1988 David Moir/Reuters

A perspectiva de o único condenado pela morte de 270 pessoas na explosão de um aparelho da Pan Am vir a ser libertado por razões humanitários, dado sofrer de cancro em fase avançada, é muito mal encarada nos Estados Unidos. Washington considera que ele deveria servir o resto da pena mínima de 27 anos a que foi condenado em 2001.

"É política desta Administração que o indivíduo cumpra a pena onde está", insistiu ontem um porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, com o pormenor de que as autoridades da Escócia estavam a ser encorajadas a não permitir que Megrahi regresse agora para a Líbia.

A Administração Obama voltou ao caso depois de sete senadores norte-americanos terem escrito ao Governo da Escócia no sentido de pedir que o condenado continue na cadeia, não devendo ser alvo de quaisquer medidas de compaixão.

Um obstáculo que existia à sua libertação foi levantado ontem, quando o Supremo de Edimburgo o autorizou a retirar o recurso que tinha interposto da condenação.

Enquanto isto, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, foi acusado por deputados e pares do reino de ter apressado a ratificação de um tratado com a Líbia de modo a proteger interesses petríferos nesse país.

Os contestatários alegaram que o Governo se apressou a ratificar o tratado que abre caminho à repatriação do bombista porque tem sobretudo em vista manter um bom relacionamento comercial com o regime do coronel Muammar Khadafi.

A pena anunciada em 2001 foi de prisão perpétua, nunca podendo de forma alguma ser de menos de 27 anos, pelo que a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, já disse que seria "absolutamente errado" libertá-lo agora, por muito doente esteja. Segundo os media britânico, Megrahi deverá voltar à Líbia a tempo do início do mês do Ramadão, na sexta-feira.

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