Inaugurado em Atenas o novo Museu da Acrópole para acolher mármores de Elgin
Grécia aguarda a devolução de património seu levado no século XIX para Londres por um embaixador britânico
a O novo Museu da Acrópole, do arquitecto franco-suíço Bernard Tschumi, cuja base de trabalho é nos Estados Unidos, foi ontem inaugurado em Atenas, numa moderna estrutura de betão e vidro que irá albergar esculturas da Antiguidade grega. Terá uma vista panorâmica de 360 graus sobre o centro da cidade. Esta obra de 130 milhões de euros fica aos pés da Acrópole propriamente dita, a cidadela do antigo poder ateniense, do tempo de Péricles. O ministro da cultura, Antonis Samaras, declarou esperar que ela sirva de "catalisador" para o regresso a casa das esculturas do Parthenón que actualmente podem ser vistas no Museu Britânico, em Londres.
Algumas dessas esculturas, por vezes referidas como os Mármores Elgin (pois foi o diplomata Thomas Bruce, Lord Elgin, que as arrancou do local a que pertenciam), decoravam inicialmente o maior dos templos da Acrópole e têm estado no Reino Unido desde que, em 1817, foram vendidas ao British Museum. Há mais de 30 anos que a Grécia aos reclama.
"Depois de algumas aventuras, obstruções e críticas, o novo Museu da Acrópole está pronto: um símbolo da Grécia moderna que presta homenagem aos seus antepassados, o que é o dever de uma nação à sua herança cultural."
O edifício, de três pisos, contém 350 peças que estavam anteriormente num pequeno museu do topo da Acrópole, muito perto do Parthenón, templo de uma imagem de Athena Parthenos modelada no século V antes de Cristo pelo escultor Fídias.
As célebres Cariátides, figuras femininas, dominam o topo de uma rampa de vidro que liga o primeiro ao segundo piso, nesta nova atracção da capital grega.
"Até que os mármores desaparecidos regressem, toda a gente, gregos e estrangeiros, que visitar este museu sentirá grande orgulho quando avançar pela Galeria do Parthenón e vir as esculturas inspiradoras do templo intercaladas com as réplicas das peças que se encontram no museu britânico. É como olhar para uma foto de família e ver imagens de entes queridos que se encontram longe ou que perdemos", disse o ministro da Cultura grego. J.H.