Unidade de aquicultura da Pescanova marca arranque de novo cluster em Portugal
Além de criar centenas de postos de trabalho e dinamizar a economia nacional, o empreendimento Acuinova, unidade de aquicultura criada pelo grupo Pescanova, em Mira, vem inaugurar “um novo cluster industrial” no nosso país. A ideia foi ontem vincada pelo chefe do governo, José Sócrates, na inauguração da nova unidade, a maior do mundo na produção de pregado, que resultou de um investimento de 140 milhões de euros. O Acuinova passou do papel à realidade num tempo recorde – as negociações começaram em Maio de 2006 -, não obstante as críticas levantadas pelos ambientalistas.
A celeridade com que o processo foi gerido foi, precisamente, uma das notas mais vincadas na festa de inauguração. José Sócrates mostrou-se orgulhoso da “administração pública portuguesa”, pela forma como geriu o processo, e não poupou elogios ao investimento que vai gerar mais de 200 postos de trabalho directos e 600 indirectos. Acima de tudo, porque o Acuinova, ao “duplicar a produção nacional” de aquicultura, faz com que Portugal ganhe escala e dimensão neste sector.
Os impactos positivos, segundo o primeiro-ministro, sentir-se-ão também ao nível da “investigação e desenvolvimento”, uma vez que o sector da aquicultura em Portugal “vai subir de importância” e exigir uma maior aposta na investigação. Para já, o Acuinova irá produzir 7.000 toneladas de pregado por ano, estimando-se que, em 2010, quando estiver concluída a segunda fase do empreendimento, a capacidade de produção atinja o seu pleno.
Em dia de festa, o primeiro-ministro e também o ministro da Agricultura, Jaime Silva, não esqueceram os reparos levantados aos impactos ambientais do empreendimento -edificado numa área da Rede Natura. Sócrates fez questão de sublinhar a “inovação tecnológica” introduzida na unidade para assegurar “a protecção ambiental” e Jaime Silva deixou a garantia de que os aspectos ambientais foram acautelados.