Mota-Engil cria empresa em Angola em parceria com a Sonangol
Esta parceria, que vai permitir criar a empresa de direito angolano MotaEngil Angola, vai permitir ao grupo português não só reforçar presença no mercado de concessões e obras públicas, mas também lançar-se em projectos de indústria e habitação. Jorge Coelho, presidente executivo do maior grupo de construção nacional, a Mota-Engil, afirmou ontem ao PÚBLICO estar “muito satisfeito” com o acordo conseguido “com um grupo económico angolano de peso”. “O facto de a Sonangol e o BPA terem escolhido a Mota-Engil para fazer esta parceria, é sinal que o grupo tem muito valor e muitas possibilidades de crescer em Angola”, argumentou.
Presente em Angola há mais de 64 anos, a facturação ali registada já significa entre 15 a 20 por cento do volume de negócios do grupo. A empresa vai ser criada no prazo máximo de um ano, e após um memorando de entendimento assinado na passada segunda feira, em, Lisboa, com os presidentes do grupo Sonangol e do banco BPA (com quem a Mota-Engil já tinha uma parceria estratégica, ha cerca de um ano, para actuar na área do ambiente e serviços. A MotaEngil Angola será detida a 51 por cento pela Mota-Engil Engenharia e Construção e 49 por cento pelo consórcio angolano detido maioritariamente pela Sonangol e BPA-Banco Privado Atlântico, que terão respectivamente participações de 20 e 11 por cento na estrutura a criar. De acordo com os termos do memorando comunicados à CMVM, a Mota-Engil Angola deverá integrar os activos da sucursal da Mota-Engil engenharia que existe em Angola, e que vão agora ser avaliado, bem como serão posteriormente transferidas para a Mota-Engil Angola todas as participações que a Mota-Engil Engenharia detém naquele país africano.
Ao PÚBLICO, Jorge Coelho, referiu que esta parceria estratégica vai permitir nao só reforçar a actuação da Mota-Engil nas áreas de negócio que lhe são mais “tradicionais”, como as obras públicas e as concessões, mas também incrementar novos projectos em áreas como a industria e a habitação. Em curso está ja um projecto para a construção de uma fabrica de perfilaria, e outra de cerâmica, bem como dar passos largos no projecto de desenvolver um programa de habitação “que é tão caro às autoridades angolanas”, como relembrou o ex-ministro socialista. Na perspectiva de Jorge Coelho, o alcance desta parceria estratégica extravasa os limites geográficos angolanos, para se estender a todo o território subsaariano.
Niticia Actualizada às 13h00