PÚBLICO vence um dos mais importantes prémios de design do mundo

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O PÚBLICO venceu na categoria “Magazine & Newspaper” DR

Na categoria Magazine & Newspaper Design, a única que versa a imprensa, foram considerados o PÚBLICO e a New York Magazine. Cada uma das publicações recebeu um Lápis Amarelo, o equivalente a uma prata - o Lápis Negro é o ouro, mas atribuído segundo critérios mais apertados e que pode nem ser dado em alguns anos. A New York Magazine foi premiada pela sua capa alusiva ao escândalo Eliot Spitzer (o governador de Nova Iorque envolvido num escândalo por recorrer a prostituição de luxo que o levou à demissão).

O prémio, entregue quinta-feira à noite numa cerimónia na Roundhouse Camden, em Londres, foi decidido por um júri de sete elementos, presidido pelo director editorial da IPC Media, Andy Cowles, que já foi director de arte da revista Rolling Stone e ligado ao relançamento das revistas britânicas Q, Empire ou Mojo. "É difícil inovar num meio tão tradicional", constatou Cowles na cerimónia. "O PÚBLICO equilibrou na perfeição a tipografia, a sinalização e um nível tremendo de storytelling visual... melhor do que o Guardian! [que já venceu o Lápis Negro] - é mais sofisticado", completou.

O redesenho do PÚBLICO foi levado a cabo pelo designer Mark Porter (Guardian) em 2007 e Porter, no seu blogue, elogia o desenvolvimento do seu design feito pela directora de arte do PÚBLICO, Sónia Matos, na feitura de "grande jornalismo visual". Um dos jurados, Stephen Coates, director de arte da revista Sight and Sound, consultor de design e responsável pelo redesenho da New Scientist, disse ao P2 que "Porter obviamente usou o que aprendeu no processo de redesenho do Guardian no seu trabalho no PÚBLICO. E o resultado disso é uma peça de design mais madura", opina, confirmando que o actual aspecto do diário é uma mescla do "talento da equipa da casa" e da base duradoura criada por Porter.

Entre os jurados figuraram ainda elementos da Wired, da Studio8 Design, Marie Claire, Winkreative London e Bureau Mirko Borsche. Stephen Coates comentou ainda que o prémio foi atribuído ao PÚBLICO porque o aspecto do jornal é "impressionante" no que toca aos detalhes tipográficos (o tipo de letra) e na "sofisticação que é conseguida nos prazos de fecho de um jornal".

Em tempos de crise do formato em papel, Stephen Coates considera que o design de um jornal é uma ferramenta essencial para o diferenciar e o tornar quase um objecto de desejo: "Os jornais já não podem competir no que toca ao timing de dar as notícias. Por isso, tal como as revistas, precisam do design para enfatizar a sua qualidade de 'objecto'; o prazer na leitura, o pegar, o drama de virar uma página são pontos de diferenciação em relação aos seus congéneres online", elenca.

Os lápis negros

Já no ano passado o PÚBLICO tinha chegado à fase final de selecção da D&AD nas categorias de Entire Newspapers e Newspaper Front Covers, com uma selecção de capas do suplemento Ípsilon. Este ano, o PÚBLICO superou as candidaturas de dezena e meia de outras publicações internacionais - como as revistas


Wallpaper

e

Time

, o jornal alemão

Die Zeit

.

No total, a D&AD entregou 50 Lápis Amarelos em categorias que vão de sites publicitários a instalações digitais, passando pelo design de produto. Mas foram entregues apenas quatro Lápis Negros, os mais cobiçados e raros prémios D&AD. Sob esse prisma, o grande vencedor da noite foi a agência de publicidade Droga5 com dois Lápis Negros. Os Lápis Negros são o prémio máximo da D&AD, só atribuídos para distinguir contributos extraordinários - desde a fundação da D&AD já houve seis cerimónias de prémios sem qualquer Lápis Negro. Nesta edição, a Droga5 conseguiu dois: na categoria de Escrita, pelo anúncio viral de mais de 4 minutos The Great Schlep, protagonizado pela comediante Sarah Silverman para captar votos judeus para Barack Obama; e na categoria Integrated, com a campanha educativa Million do New York City Department of Education. Os outros dois Lápis Negros foram para a Art+Com pela sua escultura cinética para uma instalação no museu da BMW (categoria Design Ambiental) e para o designer Matt Dent pela reformulação das moedas britânicas.

"Os quatro vencedores dos Lápis Negros demonstram o poder e a natureza abrangente da criatividade - na educação, na política e até nos trocos nos nossos bolsos", comentou o presidente da D&AD, Garrick Hamm. E além da multiplicidade de linguagens premiadas, não se podia deixar de mencionar a crise: "Estamos numa época de desafios e este trabalho mostra aquilo de que a indústria é capaz", disse Garrick Hamm ao Guardian.

Notícia substituída no dia 13 de Junho, às 17h52
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