Do bairro social do Bronx para o Supremo Tribunal

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Sonia Sotomayor, 54 anos, começou por querer ser detective da polícia antes de descobrir que queria ser advogada Larry Downing/Reuters

A história pessoal da juíza Sonia Sotomayor é uma daquelas que mostra que na América quem quiser concretizar um sonho consegue-o, disse o Presidente Barack Obama ao anunciar a sua escolha para ser a próxima juíza do Supremo Tribunal de Justiça dos Estados Unidos.

Sonia Sotomayor, 54 anos, queria ser detective da polícia – por influência da detective adolescente Nancy Drew. Ainda criança, quando o médico disse que era diabética, explicou que talvez fosse difícil enveredar por essa carreira. Foi aí que descobriu Perry Mason na televisão e decidiu tornar-se advogada, conta o jornal “The New York Times”.

A mãe, entretanto viúva, era uma enfermeira que trabalhava seis dias por semana para que Sonia e o seu irmão pudessem estudar numa escola católica. A juíza já falou com admiração da sua mãe, que além de trabalhar arduamente fazia sempre questão em ter um pouco de arroz e feijão no forno para os amigos dos filhos.

Seguiu-se a entrada na Universidade de Princeton. Aí Sonia Sotomayor sentiu-se “como um visitante a aterrar num país estrangeiro”. Nas salas de aula esteve em silêncio durante o primeiro ano. “Estava demasiado intimidada para fazer perguntas”, disse. De seguida, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Yale.

Trabalhou no gabinete do procurador do estado de Nova Iorque e ainda foi advogada no privado antes de ser nomeada juíza. Casou ainda jovem e divorciou-se cedo.

Em 1995 proferiu uma decisão que foi exaltada como o seu momento de fama, quando pôs fim a uma greve no basebol, decidindo a favor dos jogadores contra os donos dos clubes.

Tinha sido nomeada para um tribunal de recurso de Nova Iorque em 1992 pelo então Presidente George H. Bush, embora tivesse sido a opção de um senador democrata que tinha um acordo com um senador republicano para partilhar a escolha de juízes para Nova Iorque, lembra o “New York Times”.

Uma das decisões mais polémicas do tribunal incluiu um caso de discriminação positiva que agora vai ser ouvido pelo Supremo.

Há quem a critique por ser brusca e abrupta em tribunal. Há quem a desculpe – isso será apenas o seu “estilo directo, nova-iorquino”.

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