Parvovírus ataca em agrupamento de escolas do concelho de Baião
Suspeita-se que uma professora tenha
abortado espontaneamente por estar infectada
a Um vírus que é muito comum mas permanece desconhecido da maior parte das pessoas causou grande alarido em Baião nos últimos dias. Chama-se "parvovírus", provoca uma doença vulgar nas crianças e foi detectado na semana passada no Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil, em Baião, depois de alguns alunos terem apresentado sintomas característicos da infecção: o aspecto de face esbofeteada é o sinal mais típico desta patologia conhecida como "eritrema infeccioso" ou "quinta doença da infância".Uma aluna adolescente e várias professoras grávidas foram aconselhadas a ficar temporariamente em casa, por precaução, e suspeita-se que uma docente tenha abortado espontaneamente por estar infectada com o parvovírus, ainda antes de o problema ter sido detectado, adianta a delegada de saúde de Baião, Gabriela Saldanha. Mas "a situação está controlada" e a infecção é habitualmente benigna, garante, acrescentando que a docente que abortou terá adquirido o vírus através das filhas, que frequentam um infantário do concelho.
O director do agrupamento (que integra a Escola EB 2,3/S de Baião, o Centro Escolar do 1.º Ciclo e o Jardim de Infância do Pranhô) contactou na quinta-feira o centro de saúde que de imediato alertou a Autoridade de Saúde do concelho e o serviço de obstetrícia do Centro Hospitalar Tâmega Sousa. As grávidas foram identificadas e mandadas para casa - estima-se que em 9 por cento dos casos de gravidez em que não há imunidade o vírus possa causar abortamentos.
De resto, esclarece a delegada de saúde, "não têm sido praticamente referenciados" eritremas infecciosos no Serviço de Atendimento Permanente de Baião e na escola frequentada pelas grávidas foram "raros" os casos sinalizados (a infecção pode não apresentar sintomas). Esta semana, após novos testes, as grávidas deverão já regressar à escola, acrescenta.
Há vários parvovírus, mas o único com capacidade patogénica é o B19, que está na base do eritrema infeccioso, para o qual não há vacina. Excepcionalmente, a infecção também pode provocar processos artríticos e anemias crónicas em pessoas com o sistema imunitário fragilizado.