Museu de Arte Sacra de Évora tem novo espaço e uma melhor oferta de fruição do seu valioso espólio
a O novo Museu de Arte Sacra da Sé de Évora foi ontem inaugurado, por ocasião das celebrações dos 700 anos da dedicação da catedral e para o presidente do Cabido da Sé, cónego Eduardo Pereira da Silva, "concretizou-se um velho sonho, porque o museu passa a ter novas instalações, sendo igualmente diferente a sua organização, nomeadamente através de critérios museológicos modernos que permitem uma melhor fruição das peças expostas".Herdeiro de um valioso património artístico e cultural, há muito que o Cabido ansiava por um espaço que oferecesse melhores condições aos visitantes para um contacto mais pedagógico com o património. "O actual espaço pecava por mais parecer um depósito de peças de arte e por oferecer dificuldades de acessibilidade, uma vez que estava instalado numa galeria da sé há 26 anos", recordou o deão.
Segundo o cónego, este novo edifício conhecido como Casa do Cabido, ou por Colégio dos Moços do Coro da Sé, localiza-se junto à catedral, e é o último exemplar de um vasto património, tanto rústico como urbano, que era propriedade do Cabido até 1910 e que há décadas se encontrava em degradação. "O seu valor é incalculável, estando a ele associada a Escola de Música da Sé de Évora, que entre os séc. XVI e XVIII projectou a cidade além fronteiras pela notoriedade dos seus mestres e pela produção musical polifónica sacra", frisou.
As obras de requalificação da edificação resultaram da comparticipação financeira do Feder, através do Programa Operacional da Cultura (POC) do Ministério da Cultura, do apoio mecenático da Fundação Gulbenkian e da Fundação Eugénio de Almeida e do orçamento do Cabido. O projecto foi assinado pelo arquitecto Carrilho da Graça, galardoado com o prémio Pessoa em 2008.
Percorrendo os corredores e celas, que eram os quartos dos colegiais, e todos os restantes espaços que proporcionavam um ambiente de paz e convivência, "contacta-se com vivências e valores que despertam sentimentos e atitudes que enriquecem quem olha para o passado despido de preconceitos", sublinhou o mesmo responsável, para quem "uma oferta de serviços que enriquece o espaço e proporciona um lugar de comunhão de culturas e sensibilidades" é uma aposta na cultura, que, diz, "é uma aposta segura".