No passado 26 de Abril de 1986
Foram necessários dois dias para que a agência oficial Tass desse a notícia. Mas já lá vão 23 anos e o maior acidente nuclear da história está tudo menos esquecido. O reactor número 4 da central de Tchernobil, na Ucrânia - então parte da União Soviética - explodiu de madrugada, era 1h24. Nos dez dias que se seguiram, uma grande quantidade de iodo, césio e estrôncio radioactivos foi libertada para a atmosfera e disseminada pelo vento. A maior parte caiu sobre a Ucrânia e a Bielorrússia.Os efeitos ambientais do desastre de Tchernobil foram brutais. Os danos na saúde das populações mais expostas também. O número de novos casos de cancro de tiróide subiu em flecha, para a casa dos milhares. As maiores dúvidas, hoje, estão no número de mortos. Cerca de 600 mil pessoas trabalharam nas operações de emergência ou viviam nas proximidades da central. Segundo um relatório da ONU, de 2005, havia 50 que tinham até então morrido por efeito directo do acidente. No futuro, morrerão mais quatro mil, segundo o mesmo relatório.
Outros estudos sugerem outros números sobre o que ainda está por vir - de 16 mil a 200 mil mortes adicionais.
O primeiro problema de Tchernobil era a própria central, que operava com uma tecnologia em si perigosa. A isto somou-se uma cadeia de erros humanos, durante um teste que seria feito ao reactor 4.
O acidente colocou um indelével ponto de interrogação sobre a energia atómica. Vários países pararam de construir centrais ou prometeram encerrar as existentes. Nunca mais o nuclear se reergueu.