Advogado José Francisco Gandarez e ex-ministro da Economia já foram ouvidos pela PJ

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O processo está relacionado com suspeitas de corrupção no licenciamento do Freeport Pedro Cunha (arquivo)

Apesar de o advogado ter entrado na PJ de Setúbal por volta das 14h00, mas só começou a ser interrogado às 15h30. À saída, o advogado escusou-se a prestar declarações aos jornalistas, afirmando apenas "saio como entrei", sem explicar se foi ouvido como testemunha ou como arguido.

Já de manhã, o ex-ministro da Economia Mário Cristina de Sousa foi ouvido pela PJ no âmbito do mesmo caso.

De acordo com uma notícia publicada no jornal "Correio da Manhã", terá sido a sociedade de advogados Gandarez e Antunes que enviou um documento onde se pedia quatro milhões de libras (à data 1,2 milhões de contos) para conseguir a legalização do empreendimento. O Freeport teve na sua origem investimento inglês.

De acordo com o mesmo jornal, o pedido teria sido feito em Dezembro de 2001 - numa altura em que Mário Cristina de Sousa já não era ministro -, primeiro através de um contacto telefónico e depois formalizado num fax enviado à Smith & Pedro.

O Correio da Manhã referiu ainda que os advogados propunham resolver o problema de licenciamento, depois de um segundo chumbo pelas autoridades portuguesas, primeiro a troco de dois milhões de contos (10 milhões de euros), depois a troco de 1,2 milhões (6 milhões de euros).

O processo relativo ao centro comercial Freeport de Alcochete está relacionado com alegadas suspeitas de corrupção no licenciamento daquele espaço, em 2002, quando o actual primeiro-ministro, José Sócrates, era ministro do Ambiente.

Neste momento, o processo tem dois arguidos: Charles Smith e o seu antigo sócio na empresa de consultoria Manuel Pedro, que serviram de intermediários no negócio do espaço comercial.