No passado 24 de Março de 1973

Já havia um antes e um depois na história dos Pink Floyd. O antes representava Syd Barrett, o primeiro vocalista, guitarrista e principal compositor do grupo, com quem editaram o celebrado The Pipper at the Gates of Dawn. Porém Barrett, afogado pelo consumo excessivo de LSD, foi cometa de passagem rápida. Quando os Pink Floyd editaram o seu segundo disco, A Saucerful of Secrets, já não estava realmente presente. Com David Gilmour no seu lugar, a banda começava uma outra vida. The Dark Side of the Moon, editado em Inglaterra a 24 de Março de 1973, representou novo ponto de viragem.
Concentrando a sua imagem de marca, as longas planagens instrumentais, num conjunto de canções que representavam um poderoso diagnóstico da natureza humana - a ganância em Money, a liberdade individual em Breathe, a insanidade em Brain Damage -, The Dark Side of the Moon transformar-se-ia num dos álbuns mais marcantes da música popular urbana.
O conceito foi idealizado por Roger Waters, autor de todas as letras, a música foi responsabilidade de uma banda em busca de algo maior. Inicialmente espectáculo de palco de uma digressão britânica, com as canções apresentadas no alinhamento em que seriam posteriormente gravadas, foi criado em Abbey Road entre Junho de 1972 e Janeiro de 1973.
À modernidade do som, para a qual contribuiu o então jovem engenheiro de som Alan Parsons, reuniu-se uma veia experimentalista, patente na utilização de um sequenciador analógico como base de On the Run, na criação da cacofonia de alarmes de Time, no tratamento sonoro do bombo de bateria que, no início e no fim do álbum, ouvimos como ruído da pulsação cardíaca.
Um som cristalino e futurista, um conceito ambicioso traduzido em música igualmente ambiciosa, uma capa que se transformou em ícone. Tudo isso fez de Dark Side of the Moon aquele que será, porventura, o álbum mais marcante dos Pink Floyd.
Banda respeitadíssima até à sua edição, com ele os Pink Floyd entraram, por aclamação crítica e popular, no panteão da música popular urbana. Mário Lopes

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