Universidade Fernando Pessoa vai propor ensino das emoções nas escolas
"Vou apresentar ao Ministério da Educação um programa inovador de literacia emocional", revelou o investigador, frisando que a sua proposta envolve "educação emocional para todos, a partir da pré-primária".
Segundo Freitas-Magalhães, o ensino das emoções nas escolas serve para as pessoas reconhecerem, identificarem, regularem e usarem as emoções básicas. "Isto permitiria uma mais fácil integração na sociedade e diminuiria muita da turbulência que existe nas escolas, que é originada por juízos e interpretações erradas das situações", afirmou.
O programa, denominado 'Se às vezes digo que as flores sorriem', será composto por módulos teórico-práticos, que recorrem a plataformas de interfaces informáticos desenvolvidos pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção. Para o director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção, "a aprendizagem das emoções deve ser um imperativo básico na educação integral do indivíduo".
Nesse sentido, considerou que o facto de não existir actualmente esta formação constitui "uma lacuna do sistema educativo".
No quadro das investigações que tem vindo a realizar, o Laboratório de Expressão Facial da Emoção, da Universidade Fernando Pessoa, vai apresentar, a 27 de Março, no Porto, o Projecto FACE, que se estenderá durante a próxima década, até 2019. Este projecto, pioneiro em Portugal, pretende "tentar reconhecer os portugueses pela face", revelou Freitas-Magalhães.
O FACE vai tentar cartografar a expressão facial dos portugueses, com recurso a tecnologia de imagiologia, o que permitirá depois a criação de um banco de dados de expressão facial disponível para as mais diversas aplicações sociais, como a saúde, a justiça ou a educação.
O Laboratório de Expressão Facial da Emoção, fundado em 2003, é uma instituição única em Portugal e tem sido já distinguido por diversas instituições internacionais pelo pioneirismo do seu trabalho científico.