República Checa, Hungria e Polónia: dez anos na NATO

A primeira década como membros da Aliança foi uma história de sucesso para a NATO e para os nossos três países

Passaram-se dez anos desde que a República Checa, a Hungria e a Polónia se juntaram à NATO, a mais bem sucedida aliança político-militar da história. 12 de Março de 1999 é um marco destacado na história dos três países, da Aliança do Atlântico Norte e da Europa.Desde o início das mudanças de regime nos três países, em 1989, a NATO tem sido um elemento chave da nossa integração euro-atlântica. O alargamento significou, simultaneamente, um dos maiores sucessos da NATO: ao admitir países que anteriormente fizeram parte do Pacto de Varsóvia e se tornaram novas democracias, a Aliança reforçou o seu compromisso de defender e promover a liberdade, a democracia e os direitos humanos na nova realidade que se seguiu ao fim da Guerra Fria.
O acesso à NATO significou mais do que fazer parte da organização - com todas as garantias de segurança implícitas, que tornaram os nossos países mais seguros do que nunca. A adesão representou o regresso ao lugar a que havíamos pertencido durante a maior parte da nossa história: a comunidade das nações democráticas que englobavam a corrente principal do desenvolvimento europeu e formavam a arquitectura de segurança transatlântica.
Ser membro da Aliança não implica só benefícios, direitos e vantagens, mas também deveres, responsabilidades e sacrifícios materiais, políticos e humanos.
Cumprimos as nossas promessas e fomos ao encontro das expectativas da NATO, agindo em conjunto em situações reais. Apenas duas semanas após a sua adesão, os três novos membros fizeram a sua parte durante os trágicos eventos nos Balcãs e tornaram-se participantes activos na missão KFOR. Depois dos ataques terroristas contra os Estados Unidos em Setembro de 2001, os nossos países envolveram-se activamente no maior desafio operacional que os aliados jamais tinham tido que enfrentar: a missão ISAF. Além da nossa contribuição para as operações da NATO nos Balcãs, a Hungria e a República Checa também lideram Equipas de Reconstrução Provincial no Afeganistão, enquanto a Polónia é uma das nações que contribuem com mais efectivos - cerca de 1600 militares, só naquele país.
Desde o primeiro dia estivemos empenhados em avançar com a transformação da Aliança, incluindo a sua reforma interna e o contínuo desenvolvimento das suas capacidades, bem como em contribuir para a formulação do Novo Conceito Estratégico da Aliança. Para os nossos países, mais América nunca significou menos Europa, e vice-versa. Temos sido sempre activos no fortalecimento das parcerias estratégicas entre a NATO e a UE.
A adesão à NATO desempenhou um papel decisivo na implementação das nossas reformas de defesa, tendo-se as nossas forças armadas tornado mais flexíveis e mais bem equipadas para defender não só os interesses de segurança nacional como para corresponder às necessidades e expectativas da NATO. Sem o firme apoio da grande maioria das nossas sociedades, nada disto teria sido possível. Actualmente, não há nenhuma força política relevante que questione a adesão.
Os três países consideraram sempre uma obrigação moral e política ajudar todos os aspirantes no seu caminho para a integração na NATO. Este facto teve um impacto positivo na construção da confiança mútua e no desenvolvimento de uma parceria cada vez mais forte, bem como na cooperação entre a Aliança e os seus parceiros. Numa altura em que a Aliança enfrenta desafios cruciais em operações diversas, como o Afeganistão e os Balcãs Ocidentais, este novo padrão de cooperação de segurança interligado entre parceiros e outras nações tem decididamente um papel-chave na manutenção da validade e da credibilidade da NATO. Adicionalmente, isto prova aos oponentes do alargamento da NATO que se enganam quando sucessivamente argumentam que a expansão desta poderia criar novas linhas divisórias e tensões na Europa. Verificou-se, aliás, precisamente o contrário: o alargamento da NATO ajudou a tornar a Europa Central e regiões adjacentes lugares mais seguros, ao estender a segurança, a estabilidade e a prosperidade não só aos novos membros mas também a todas as regiões vizinhas.
A adesão à NATO contribuiu largamente para conseguirmos ser membros da União Europeia. Embora não haja uma ligação directa entre os processos de alargamento das duas organizações, os critérios básicos de adesão são muito similares no que diz respeito à liberdade, democracia e direitos humanos. Um país europeu disponível e capaz de desempenhar um papel construtivo na NATO está em muito melhor posição para conseguir entrar na UE.
Os nossos países enfrentaram dificuldades e desafios na fase inicial de adesão, particularmente para ir ao encontro dos critérios no campo militar. No entanto, podemos hoje concluir que a primeira década como membros da Aliança provou ser uma história de sucesso, tanto para a NATO como para os nossos três países. Ajudou a abrir o caminho para a continuação do alargamento e contribuiu igualmente para a NATO fazer frente aos novos desafios. Não obstante todo o sucesso de que nos podemos orgulhar como membros da NATO, a República Checa, a Hungria e a Polónia continuarão a fazer o seu melhor para manter a reputação de aliados de confiança.
A feliz coincidência do 60.º aniversário da constituição da NATO e do 10.º aniversário do seu alargamento a leste dá-nos a todos uma boa oportunidade para reiterar este compromisso. Ladislav \u0160kerík é embaixador da República Checa. Attila Gecse é embaixador da República da Hungria. Katarzyna Skórzynska é embaixadora da República da Polónia

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