Mistério da família real russa finalmente esclarecido

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Os Romanov foram os últimos de uma dinastia com mais de 300 anos DR

A família real Russa foi executada pelos bolcheviques depois da revolução de 1917, quando Nicolau II já tinha abdicado do trono. O czar, a mulher Alexandra, os cinco filhos: Maria, Tatiana, Anastasia, Olga e Alexei – o filho mais novo e herdeiro do trono – estavam nos montes Urais, em Iekaterinburg e foram executados a tiro a 17 de Julho de 1918, por um esquadrão na cave da casa de um comerciante.

O destino dos corpos manteve-se desconhecido durante as décadas seguintes, o que perpetuou a história de que alguns dos filhos teriam conseguido fugir, permitindo que várias pessoas alegassem ser os descendentes da família. Em 1970 foram descobertas as ossadas da família, mas o achado permaneceu escondido até à queda da União Soviética.

Só em 1991 é que as ossadas começaram a ser estudadas, mas os testes genéticos mostraram que os restos mortais só pertenciam ao casal e a três filhos, faltando encontrar Alexei e uma das quatro irmãs. Em 1998, os ossos foram enterrados na Catedral de S. Pedro e S. Paulo, em São Petersburgo, e a Igreja Ortodoxa Russa canonizou toda a família real, com o argumento de que tinham "passado grande sofrimento com abnegação, paciência e humildade".

Durante quase dez anos manteve-se a dúvida sobre o que teria acontecido aos dois filhos do czar. Mas em 2007, a menos de 100 metros das primeiras ossadas, encontraram-se 44 ossos que seriam de dois indivíduos. As primeiras investigações revelaram que os ossos pertenciam a dois jovens, uma adolescente entre os 17 e os 19 anos e um rapaz entre os 12 e os 15 anos, o que correspondia a uma das irmãs (Anastasia ou Maria) e a Alexei. No entanto, desde 2007 que se esperava pelos testes genéticos para confirmar a verdadeira identidade.

Os testes compararam o ADN das ossadas dos dois indivíduos com o do resto da família e ainda com o ADN do irmão de Nicolau II, que morreu de tuberculose quando era jovem. Por outro lado, através de pequenas amostras, foram capazes de comparar o material cromossómico de toda a família com o ADN do sangue de Nicolau II, que ficou conservado numa camisa que usou em 29 de Abril de 1891, quando foi atacado por um polícia japonês, na cidade de Otsu. A camisa ficou na Rússia até aos nossos dias.

Os resultados foram perfeitos. “As provas genéticas são realmente arrebatadoras”, disse o norte-americano Michael Coble e primeiro autor do artigo, citado pelo jornal “Los Angeles Times”. A informação foi replicada independentemente noutros laboratórios e confirmou-se.

Em Maio, os responsáveis pelo estudo vão apresentar as provas à igreja Russa Ortodoxa. Os Romanov não tinham sido enterrados como realeza, e espera-se que a investigação comprove que o destino da família real está, para sempre, esclarecido.

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