a Franquelim Pereira Lobo, apontado como o maior traficante de droga português, voltou à cadeia. Depois de ter sido preso no Brasil e em Espanha, no decurso de operações policiais em que foi indiciado pelo tráfico de toneladas de cocaína e haxixe, e depois de os tribunais o terem ilibado das acusações, foi preso outra vez na quinta-feira, em Lisboa. Desta vez é novamente acusado de estar a traficar haxixe, liderando um grupo que vai igualmente enfrentar a acusação de associação criminosa. Encarcerado na zona prisional anexa à Polícia Judiciária (PJ), diz estar a ser vítima de perseguição policial.
A prisão de Franquelim, alegado líder de uma poderosa rede de narcotraficantes, aconteceu na zona da Praça do Chile. Inspectores da Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes detiveram-no, juntamente com um filho, após sete meses de investigações e depois de terem capturado dois outros suspeitos que, ao longo destes meses, foram encontrados (no Porto e em Aveiras de Cima) com algumas quantidades de haxixe.
Ao mesmo tempo que Franquelim e um dos três filhos eram detidos na Praça do Chile, outros inspectores prendiam, nas imediações de Lisboa, um terceiro implicado na rede. Trata-se de um homem já com largo cadastro por tráfico de cocaína e que, de acordo com a PJ, até já teria actuado em conjunto com o principal suspeito.
Ontem, em declarações ao PÚBLICO, responsáveis da PJ garantiram que, apesar de os tribunais terem ilibado Franquelim Pereira Lobo das acusações de narcotráfico que conduziram à sua detenção em Espanha e, mais tarde, no Brasil, existiu sempre a convicção de que era culpado. O facto de, no início desta década, ter escapado aos polícias que o guardavam num hotel de Lisboa "não significa que haja qualquer ressentimento, uma vez que os juízes, como foi agora o caso, não hesitaram em passar mandados de captura, mesmo tendo em conta que no momento da detenção os suspeitos não teriam em sua posse qualquer quantidade de droga".
A rede que Franquelim estaria agora a liderar teria como objectivos abastecer não só parte do mercado português (de norte a sul do país) mas também, pelo menos, mais um país europeu. As investigações centram-se agora nesse segundo mercado, onde já existirão alguns contactos referenciados. Quando foi detido no Sul de Espanha, em 2003, Fraquelim Lobo geria, com a filha e um contabilista, um empreendimento turístico avaliado em quase 60 milhões de euros.
60

Franquelim Pereira Lobo geria com a filha um resort de 60 milhões de euros quando foi preso, em 2003, em Espanha 60
Franquelim Pereira Lobo geria com a filha um resort de 60 milhões de euros quando foi preso, em 2003, em Espanha