O sempre controverso Abel Epalanga Chivukuvuku, licenciado em Relações Internacionais e que se apresenta como técnico superior de desenvolvimento, sendo membro do Parlamento Pan-Africano, criticou a actual indefinição sobre data das próximas eleições presidenciais. Em princípio estavam previstas para este ano, mas a sua convocação está ainda dependente de alguns obstáculos políticos e burocráticos a ultrapassar.

Sem grandes modéstias, um dos mais polémicos políticos angolanos disse compreender os sectores da sociedade que o consideram amiúde o melhor adversário potencial do actual presidente do MPLA e da República, José Eduardo dos Santos: “É legítimo que os cidadãos tenham este ponto de vista e eu tenho noção e compreensão destas expectativas. Por força dos estatutos do nosso partido, o candidato às eleições presidenciais é o presidente do partido (Isaías Samakuva) e eu não sou o presidente do partido. Agora, como cidadão, sou livre, se assim o entender”, de procurar alcançar a chefia do Estado.

Quanto à forte votação que o MPLA conseguiu nas legislativas de 2008, subalternizando muito claramente a UNITA, Chivukuvuku disse: “Estes 80 por cento foram talvez o reflexo de que os grandes actores não estiveram em jogo”. Ou seja, por não haver estado ele próprio a dirigir a campanha do Galo Negro.