Calma do piloto que aterrou no Hudson era arrepiante
a As autoridades de aviação divulgaram a gravação das conversas entre os controladores aéreos e o piloto do avião da US Airways que amarou no rio Hudson, a 15 de Janeiro. O registo é uma arrepiante demonstração de calma do capitão Chesley Sullenberger, perante a situação dramática do aparelho, mas na sua primeira entrevista à televisão após o acidente confessa que viveu naqueles minutos "a pior sensação" da sua vida. O Airbus tinha descolado há apenas dois minutos do aeroporto de La Guardia, em Nova Iorque, quando colidiu com um bando de aves, perdendo potência em ambos os motores. O piloto pede de imediato autorização para regressar e a torre de controlo desimpede a pista 31 em poucos segundos. Mas é o tempo suficiente para o capitão Sully perceber que não consegue voltar atrás e acrescenta: "Se calhar vamos para o Hudson."
O controlador insiste, ma perante a confirmação, sugere outra pista. O piloto responde: "Acho que não conseguimos aterrar em pista nenhuma... O que há à nossa direita? Alguma coisa em New Jersey, talvez Teterboro?" A torre entra então em contacto com este aeroporto secundário que, de imediato, autoriza a aterragem e mobiliza assistência.
O capitão apercebeu-se, no entanto, que a aterragem em segurança será impossível e reafirma: "Vamos para o Hudson." Nesse momento, a torre perde o contacto via radar com o avião, mas continua a dar-lhe indicações de alternativas, até que um segundo controlador confirma que ele optou pela amaragem.
Três semanas depois, com o estatuto de herói confirmado pela gravação e as investigações, Sullenberger contou ao programa 60 Minutes da CBS que viveu naquele momento "a pior sensação" da sua vida, como se "o chão lhe tivesse fugido debaixo dos pés". "Soube imediatamente que era muito mau", declarou o piloto, com 40 anos de experiência. Quando sentiu o impacto das aves e ficou sem os dois motores, não queria acreditar no que acabara de acontecer.