Refer promete modernizar a linha Figueira da Foz-Pampilhosa mas não aponta prazos
A empresa responsável pela infra-estrutura ferroviária também não diz quanto vai investir nas obras a realizar nesta linha cuja operação, pela CP, está suspensa
A A Refer anunciou ontem que irá reabilitar os 50 quilómetros da linha que liga Coimbra à Figueira da Foz por Cantanhede, mas não se compromete com quaisquer prazos de execução nem refere o montante do investimento. Em comunicado, a empresa diz que os trabalhos contemplam a substituição integral dos materiais de superestrutura de via (carris, travessas e balastro) bem como "pequenas rectificações do traçado" nesta linha que ainda tem carris dos anos trinta e que foi encerrada a 5 de Janeiro por falta de condições de segurança, sendo o serviço ferroviário sido substituído por autocarros. A par da intervenção na via, que pode custar em 13 e 16 milhões de euros, segundo apurou o PÚBLICO, a Refer vai continuar com um plano de eliminação de passagens de nível, que já estava previsto, e que contempla um investimento de meio milhão de euros na supressão de dois atravessamentos rodoviários sobre a via na Figueira da Foz, de outros dois no concelho da Mealhada e a automatização de uma passagem no concelho de Cantanhede.
A empresa anunciou ainda que esta linha deverá "constituir um elo importante nas cadeias logísticas que apoiam o desenvolvimento do porto da Figueira da Foz e garanta ligações ferroviárias eficazes no contexto nacional e ibérico". Ou seja, o agora ramal da Figueira da Foz, que no séc. XIX já foi parte integrante da linha da Beira Alta ao ligar aquela cidade a Vilar Formoso e Salamanca, poderá readquirir a vocação para tráfego de mercadorias.
A Refer tem prevista a construção de uma plataforma logística a três quilómetros da estação da Figueira da Foz para a qual deverá ser feita uma concordância para ligar directamente à Linha do Oeste.
O comunicado é omisso acerca das intenções de Mário Lino, que em Março de 2006 afirmou que a linha de Cantanhede poderia vir a integrar o Sistema de Mobilidade do Mondego com a utilização de um tram-train (veículo que pode circular na cidade e nas vias-férreas convencionais). Uma decisão que implicaria que, aos investimentos agora anunciados fosse acrescentado o custo da electrificação do ramal, não previsto.