Benfica levanta a cabeça com uma exibição segura em Guimarães
Depois da tempestade, os "encarnados" reencontraram-se com as vitórias que lhes fugiam há quatro jogos. O Guimarães queixa-se de um penálti
a O Benfica respondeu da melhor forma à derrota fora do guião na Trofa, derrubando o Guimarães com dois golos e uma exibição acima dos níveis mostrados na última jornada. O resultado alivia a pressão que pairava sobre os ombros de Quique Flores e deixa os "encarnados" na frente do Grupo C da Taça da Liga. O Guimarães não conseguiu responder à pontaria de Katsouranis (9') e Carlos Martins (81'), mas pode queixar-se de uma grande penalidade que ficou por assinalar a seu favor. Liderança perdida, primeira derrota para o campeonato, puxões de orelhas no balneário e a prioridade passou a ser a expiação dos pecados na Taça da Liga. A missão do Benfica era chegar demolidor ao Estádio D. Afonso Henriques, depois da exibição para esquecer da Trofa. A história jogava a seu favor - tanto no terreno do Guimarães como no primeiro duelo da época com os minhotos - e a disposição mental afigurava-se ideal para entrar no jogo sem contemplações para com o adversário.
Foi o que fez a equipa de Quique Flores. E o investimento em jogadas de ataque, conduzidas por um Aimar ainda longe da sua melhor forma e amparadas por Di María, deixou a defesa do Guimarães em sentido. Estas movimentações também provocaram o canto que desbravou o caminho para a vitória do Benfica. Aimar transformou na direita e o internacional grego Katsouranis entrou de rompante ao primeiro poste, cabeceando para o fundo da baliza muito cedo, aos nove minutos.
O estádio dos minhotos estava longe da assistência numerosa prevista pelos responsáveis do clube, mas acordou no golo do Benfica. Passou a incentivar mais a equipa da casa, tentando afastar com palmas e gritos a possibilidade de uma derrota caseira.
Fajardo e Desmarets acreditaram no público. Os dois tiveram coração e garra para avançar para a área "encarnada", em três "cavalgadas" rápidas. Só que não conseguiram passar pela defesa do Benfica. Moretto até teve tempo para sentar um avançado minhoto com uma finta e também por isso o intervalo chegou com a imagem de um Benfica mais rápido, mais eficaz a rematar e superior a controlar a bola.
Na etapa complementar, o Guimarães surgiu melhor. O motivo foi a alteração da estrutura da equipa, com a entrada de Marquinho para o lugar de Wénio, que saiu muito desgastado da partida, depois de ter corrido quilómetros para acompanhar a criatividade de alguns jogadores do Benfica.
O jogo minhoto trouxe algumas ameaças, Quique respondeu com uma toada mais cautelosa e um Benfica em contra-ataque, para não comprometer a vantagem madrugadora. Uma carga duvidosa de Maxi Pereira sobre Roberto relançou as esperanças do Guimarães, que ficou a pedir grande penalidade. Mas Olegário Benquerença mandou seguir, o que acabou por trazer alguma desmotivação e perda de energia aos jogadores de Cajuda.
Quem aproveitou para aparecer foi o Benfica, até ali bem fechado na sua zona defensiva. A equipa cresceu, os comandados de Quique passaram a ser muitos, demasiados para o Guimarães os conseguir controlar no seu meio-campo. Para ajudar, Carlos Martins entrou em cena, para o lugar de Aimar. Agora sozinho na frente - Aimar tinha passado os últimos minutos demasiado próximo do hondurenho -, Suazo tirou Moreno da jogada, deixou para Ruben Amorim e este assistiu Carlos Martins para um golo acrobático. O seu primeiro pelo Benfica.
V. Guimarães 0
Benfica 2
Jogo no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
Assistência 8.371 espectadores.
V. Guimarães Nilson 6, Andrezinho 6 (Jean Coral 5, 72'), Gregory 5, Moreno 5, Luciano 6 (Marquinho 6, 46'), João Alves 5, Fajardo , Luís Filipe 6, Wénio 5 (Nuno Assis 5, 46'), Desmarets 5 e Roberto 5.
Benfica Moretto 6, Maxi Pereira 6, Luisão 6, Miguel Victor 6, David Luiz 6, Katsouranis 6, Yebda 6, Balboa 5 (Ruben Amorim 6, 37'), Di Maria 6 (Jorge Ribeiro 5, 67'), Pablo Aimar 5 (Carlos Martins 7, 77') e Suazo 6.
Árbitro Olegário Benquerença 4, de Leiria. Amarelos Yebda (30'), Wénio (40'), Miguel Victor (50'), Moreno (61'), Gregory (70') e Jorge Ribeiro (72').
Golos 0-1, Katsouranis, aos 9'; 0-2, por Carlos Martins, aos 81'.