Harold Pinter, Nobel da Literatura 2005, morreu ontem aos 78 anos

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Aquando do anúncio do Prémio Nobel para Pinter, a academia sueca descreveu-o como um escritor que, nas suas peças, descobre o precipício sob a conversa fútil do dia-a-dia Kieran Doherty/Reuters

Pinter era um pilar da literatura britânica e um intelectual comprometido; um poeta e dramaturgo, autor de mais de 30 peças de teatro.

O dramaturgo, que sofria de um cancro, assinou peças como "The Room", "The Birthday Party", "The Dumb Waiter" e "The Caretaker", todos traduzidos para português pela editora Relógio de Água.

Nascido em Londres a 10 de Outubro de 1930, Pinter, que começou a sua carreira como actor e escreveu a sua primeira peça em 1957, é geralmente considerado como o maior representante do teatro dramático inglês da segunda metade do século XX.

Um dos factos mais marcantes da sua vida ocorreu quando tinha apenas nove anos de idade e foi obrigado a sair de Londres por causa dos bombardeamentos da II Guerra Mundial. Só regressou três anos depois. A experiência da fuga debaixo dos bombardeamentos nunca o abandonou, confessaria mais tarde.

Pinter escreveu igualmente peças radiofónicas e guiões para cinema e televisão. Os seus filmes mais conhecidos são “The Servant” (1963), “The Accident” (1967), “The Go-Between” (1971) e "La Femme du Lieutenant Français" (1981).

Desde 1973, Pinter revelou-se também como um dedicado defensor dos direitos do homem.

Aquando do anúncio do Prémio Nobel para Pinter, a academia sueca descreveu-o como um escritor "que, nas suas peças, descobre o precipício sob a conversa fútil do dia-a-dia e força a entrada nas salas fechadas da opressão".

Harold Pinter "devolveu o teatro aos seus elementos básicos: um espaço fechado e diálogos imprevisíveis onde as pessoas estão à mercê umas das outras e em que o presente se desmorona", indicou a academia sueca.

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