Paleontólogos digitalizam pegadas de dinossauros
a Não são fáceis de identificar, mas estão lá. Um trilho de pegadas de dinossauros gravado numa encosta do cabo Espichel, coberto de vegetação. A máquina apoiada numa outra com o formato de tripé roda 360º e tira fotografias de reconhecimento da área. Está a calibrar para depois se digitalizar as pegadas com tecnologia laser e gerar imagens a 3 dimensões.Paleontólogos do Instituto Catalão de Paleontologia e da Universidade de Manchester estiverem em Portugal a semana passada a digitalizar pegadas em três jazidas. Começaram quarta-feira em Pedra da Mua, no cabo Espichel, passaram por Vale de Meios, perto de Santarém, e acabaram domingo na Pedreira do Galinha, em Ourém. Apoiada pelo Museu Nacional de História Natural, a digitalização integra a candidatura ibérica "Dinosaus on a Drifting World" para Património da Humanidade da UNESCO. A par, serão também estudadas no próximo ano oito em Espanha.
Só na baía dos Lagosteiros do cabo Espichel "são conhecidas 38 pistas de dinossauros quadrúpedes herbívoros e três de dinossauros bípedes carnívoros", do período Jurássico Inferior, disse Vanda Santos, paleontóloga do Museu de História Natural. É conhecida a "passagem de duas manadas de dinossauros neste local". Este é um processo que permite não só "uma documentação muito melhor" como a recolha de mais informações sobre a locomoção e o comportamento gregário dos animais.
As imagens 3D, para além da documentação, facilitam também a divulgação científica, diz Vanda Santos, já que as marcas das pegadas, parecendo a olho nu apenas sulcos nas rochas, não são de identificação imediata e "os alunos têm dificuldade em perceber".
Pequeno destaque em caixa com fundo que tambem pode servir de legenda para a fotografia do lado esquerdo