Grécia: Adolescente foi morto por ricochete de bala disparada pela polícia

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Desde sábado que os confrontos entre a polícia e os manifestantes proliferam por toda a Grécia, desde o Norte ao mar Jónico e ao Egeu Yiogos Karahalis/Reuters

De acordo com as primeiras conclusões dos médicos legistas e dos peritos contratados pela família, a bala “estava um pouco deformada, o que demonstra que ela embateu contra uma superfície dura” antes de atingir o peito de Alexis Grigoropoulos.

O adolescente fazia aparte de um grupo de cerca de 30 pessoas que tinha arremessado, sábado à noite, alguns projécteis contra um veículo da polícia que efectuava uma patrulha num bairro problemático de Atenas.

Os dois agentes de polícia que se encontravam no veículo saíram e um deles disparou três tiros contra o grupo, atingindo mortalmente o adolescente.

Alexis Grigoropoulos foi morto no sábado passado. Na sequência da sua morte, milhares de pessoas saíram às ruas de Atenas em protesto, exigindo a demissão do governo e apelidando o Estado de assassino.

O polícia suspeito de ter disparado sobre Alexis Grigoropoulos foi detido e acusado de homicídio voluntário no domingo.

Desde sábado que os confrontos entre a polícia e os manifestantes proliferam por toda a Grécia, desde o Norte ao mar Jónico e ao Egeu. A cólera desencadeada pela morte de Alexandro Grigoropoulos alastrou mesmo a representações diplomáticas em Londres e Berlim. Trata-se da mais grave agitação a que a Grécia assiste nas últimas décadas.

Novos confrontos em Atenas e Salónica

Diversos milhares de pessoas reuniram-se hoje no centro de Atenas para uma nova manifestação contra a morte do adolescente. Em consequência disso, os ânimos acabaram por se exaltar e os polícias dispararam gás lacrimogénio contra dezenas de manifestantes que atiravam projécteis e "cocktails Molotov" contra as forças da ordem, diante do Parlamento grego, indica a AFP.

Paralelamente, em Salónica, no norte da Grécia, registaram-se hoje confrontos entre jovens e a polícia, à margem de uma manifestação de cerca de 2000 pessoas, incluindo numerosos estudantes, indicou uma fonte da polícia local.

Os confrontos ocorreram quando o cortejo chegou diante de um ministério governamental protegido por um cordão policial. Os jovens arremessaram diversos projécteis e a polícia ripostou, usando gás lacrimogénio.

Uma outra manifestação, com cerca de 2000 militantes comunistas, igualmente no centro de Salónica, acabou por dispersar com tranquilidade, de acordo com a mesma fonte.

As manifestações de hoje foram organizadas pelas centrais sindicais, à margem de uma greve geral de 24 horas destinada à defesa dos direitos adquiridos dos trabalhadores.

* Notícia actualizada às 14h00

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