Manifestações e vaga de violência em mais de uma dezena de cidades gregas
A polícia carregou contra 300 manifestantes, na capital, Atenas, mas também houve violentos distúrbios no vizinho porto do Pireu e em Salónica, a segunda cidade do país, em Trikala, no Centro, em Larisa, Volos, Patra e nas ilhas de Corfu, Creta, Samos, Lesbos e Rodes.
Os distúrbios dos últimos dias destruíram já cerca de 130 estabelecimentos atenienses. O Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK, na oposição) pediu à população que criticasse o Governo conservador mas se abstivesse de novos actos de violência.
Os professores universitários iniciaram uma greve nacional de três dias. Os blogues mais populares entre os estudantes do ensino secundário incitaram-nos a boicotar as aulas, num clima de insurreição geral.
Ao longo destes dias, manifestantes com uma forte componente anarquista têm vindo a gritar “polícias, porcos, assassinos”, e a lançar bombas incendiárias, enquanto helicópteros tentam controlar as multidões.
Governo perdeu três ministros por corrupçãoO ministro do Interior, Prokopis Pavlopoulos, prometeu investigar em pormenor as circunstâncias do incidente, ao mesmo tempo que reconhecia que “tirar uma vida é algo indesculpável em democracia”. E chegou mesmo a colocar o seu lugar à disposição, o que não foi aceite pelo primeiro-ministro Costas Karamanlis, sobrinho do antigo Presidente Constantinos Karamanlis. Ontem, o agente responsável pelos disparos já tinha sido acusado de assassínio.
Nos últimos 12 meses, o Executivo de Karamanlis já perdera três ministros devido a casos de corrupção e não se podia dar ao luxo de perder agora mais um, pelo que se tem desdobrado em desculpas públicas pela morte do jovem.
Um porta-voz da Esquerda Anti-Capitalista Unida, Panagiotis Sotiris, declarou hoje à noite à Reuters que a “revolução social” durará o tempo que for necessário, até o Governo cair.
A actual equipa governamental “não compreende os problemas do país”, comentou George Papandreou, líder do PASOK, que já antes destes incidentes se encontrava nas sondagens à frente da Nova Democracia e agora pretende capitalizar o descontentamento popular com as privatizações e a reforma do sistema de pensões.