Concelhias do PSD e CDS-PP pedem saída de Fátima Felgueiras
O Tribunal de Felgueiras condenou hoje Fátima Felgueiras a uma pena de prisão de três anos e três meses, suspensa pelo mesmo período, pelos crimes de peculato, peculato de uso e abuso de poder. O tribunal condenou ainda a autarca à perda de mandato, mas a defesa de Fátima Felgueiras já anunciou que vai interpor recurso da decisão, o que terá efeitos suspensivos relativamente à condenação.
O presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP, Paulo Rebelo, entende, no entanto, que Fátima Felgueiras deve respeitar a decisão do tribunal e abandonar a presidência da autarquia. "Teria uma boa postura se acatasse a decisão do tribunal e se demitisse", defendeu.
Para o dirigente popular, "as decisões judiciais são para ser respeitadas, tal como as decisões eleitorais". "Se respeitámos a decisão do povo que a elegeu com maioria absoluta, não obstante sabermos das manipulações e pressões que estiveram por trás, também não se deve recorrer da decisão judicial", sublinhou Paulo Rebelo.
O mesmo responsável observou ainda que "não obstante se vangloriar de ter sido absolvida de vários crimes e de considerar isso uma vitória, a verdade é que Fátima Felgueiras foi condenada por três crimes e se isso acontecesse antes da alteração do Código Penal esta pena não seria suspensa, era para cumprir".
Também para o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, João Sousa, a decisão do tribunal foi "uma condenação inquestionável de alguns actos da presidente da câmara" e, como tal, a autarca "não tem outra solução que não seja a de pensar nos felgueirenses". "Fátima Felgueiras devia ter suspendido e, mais tarde, renunciado ao mandato quando rebentou todo o escândalo", comentou João Sousa.
O responsável social-democrata salientou que Fátima Felgueiras tem "feito muito mal ao concelho" e acusou a autarca de pensar mais "no seu umbigo e estratégia pessoal" do que na população. "Felgueiras está num pântano político devido ao egoísmo da presidente da câmara. O concelho está parado e somos ostracizados", criticou.
A Lusa tentou contactar igualmente os líderes das concelhias do PS e do Bloco de Esquerda, sem sucesso.