Rahm Emanuel, "um rambo" a caminho da Casa Branca

Ligações a Wall Street e intransigência suscitam críticas

Rahm Emanuel é conhecido como um feroz e eficaz estratego político, cuja agressividade já lhe valeu a alcunha de "Rahmbo". Para o lugar de chefe de gabinete de Barack Obama, Emanuel trará a sua experiência como conselheiro político de Bill Clinton na Casa Branca e um profundo conhecimento do Congresso, no qual arquitectou a vitória democrata de 2006.O congressista judeu de 48 anos, que recusou uma bolsa de estudo em ballet para se licenciar em Artes Liberais (um bacharelato que cobre várias disciplinas de cultura geral) , é amigo íntimo de Obama e, tal como ele, pertence à elite intelectual e política de Chicago. A sua primeira conquista política foi como conselheiro e responsável pela angariação de fundos da campanha da candidatura de Richard M. Daley a mayor de Chicago. Antes de se distinguir como director financeiro da campanha de Clinton e seu conselheiro, Emanuel fez uma pausa na política, ao ser voluntário numa base militar de Israel, em 1991. Depois de uma passagem de três anos pela banca de investimento (onde terá ganho 16 milhões de dólares), Rahm Emanuel decidiu candidatar-se à Câmara dos Representantes. Foi eleito pelo Illinois e iniciou a sua rápida ascensão dentro do Partido Democrata. Foi -se destacando pela acção determinada em temas como a segurança social, o sistema de saúde ou os impostos. Em relação à sua intransigência é ele próprio quem diz: "Às vezes, também acordo a odiar-me".
Como presidente do comité da campanha para as eleições de 2006, Emanuel foi o grande responsável pela recuperação do controlo democrata da Câmara de Representantes, após 12 anos de domínio republicano. Recentemente, foi um dos mais activos a mobilizar os democratas para a aprovação do plano Paulson de 700 milhares de milhões de dólares, o que lhe valeu até uma autorização do seu rabi para trabalhar no dia do Ano Novo judaico. Casado há 14 anos e com três filhos, Emanuel é descrito como hiperactivo e irreverente, o verdadeiro "cão de ataque" do partido. Mas os críticos apontam--lhe laços demasiado fortes com a alta finança de Wall Street e a intransigência pela qual é conhecido não encaixa no discurso do futuro Presidente Obama de união e cooperação. Mas a sua eficiência será, provavelmente, o principal motivo para Obama o escolher. Sofia Cerqueira

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