Câmara de Matosinhos prescinde do papel e inaugura loja do munícipe e call-center
Guilherme Pinto voltou a demonstrar o seu desagrado pelo modo como decorreu a última reunião da Junta Metropolitana do Porto. "Eu acho que este estilo não pode continuar", avisou
a A Câmara de Matosinhos adopta a partir de amanhã - data que assinala o terceiro ano do actual mandato, desde a tomada de posse -, algumas medidas que visam agilizar o acesso e o relacionamento dos cidadãos com a autarquia. A começar pelo surgimento de uma loja do munícipe que, segundo revelou ontem o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, no final da reunião do executivo autárquico, "servirá de interface entre o cidadão e o funcionário".Outra medida é a entrada em funcionamento de um call-center que, conforme o autarca, conseguirá acabar com os "problemas" que se verificavam nos contactos telefónicos com a câmara. "A partir de agora só se passa a chamada quando está alguém para a atender. Se não puder atender, então o funcionário ficará com o registo de que teve uma chamada", explicou Guilherme Pinto, acrescentando que o objectivo é acabar com situações em que os telefonemas são transferidos por quem primeiro atende, mas depois a ligação fica em suspenso durante muito tempo sem que a pessoa ou departamento com que se pretende falar atenda.
O presidente da Câmara de Matosinhos revelou ainda que o papel será banido dos Paços do Concelho o mais possível. "Se alguém chegar com um documento à câmara ele será digitalizado. A comunicação interna far-se-á principalmente através de meios electrónicos", descreveu-
Já até ao final deste ano, Guilherme Pinto promete a entrada em funcionamento de um portal de serviços, na Internet, que permitirá, por exemplo, efectuar pagamentos ou apresentar requerimentos, entre outras funcionalidades. "O cidadão poderá relacionar-se connosco sem vir à câmara", ilustrou.
Metro divide partidosJá noutro ponto do encontro com os jornalistas, o autarca disse ter relatado ao executivo a forma como decorreu a reunião da última sexta-feira da Junta Metropolitana do Porto (JMP), órgão presidido pelo social-democrata Rui Rio, mas do qual Guilherme Pinto é vice-presidente. Nessa reunião foi decidido elaborar uma proposta para que o conselho de administração da Metro do Porto cumpra, "ponto por ponto", tudo o que consta do memorando de entendimento assinado entre a JMP e o Governo, em Maio de 2007, relativo à segunda fase de expansão do metropolitano de superfície. Uma proposta com voto favorável de 10 municípios PSD e três votos contra de autarquias PS (Espinho, Matosinhos e Vila do Conde).
"Expressei a minha preocupação relativamente ao modo como correu a última reunião da Junta Metropolitana do Porto e o meu desagrado por, pela primeira vez na história da junta, ter havido uma separação entre dois blocos políticos", afirmou Guilherme Pinto. Na opinião do autarca de Matosinhos, a existência de uma "cisão partidária" e a apresentação de uma proposta da JMP "sem a procurar consensualizar" configura o surgimento de "um novo estilo" que lhe desagrada. "Se o novo estilo continuar, acho que é muito mau sinal. Eu acho", avisou, "que este estilo não pode continuar."