Visita da NATO à Geórgia tem resquícios de "Guerra Fria"
A visita de segunda e terça-feira à Geórgia “reflecte a época da Guerra Fria” e “não contribui para os interesses da estabilização da situação na região”, indicou o ministério russo dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
O ministério denunciou igualmente o “carácter anti-russo” de uma visita da delegação, levada a cabo pelo secretário-geral da Aliança Atlântica, Jaap de Hoop Scheffer, a Gori, ocupado pelas forças russas em Agosto.
Durante essa visita simbólica, Hoop Scheffer e os embaixadores de 26 países da NATO visitaram uma caserna parcialmente destruída pelos russos, em Tbilissi, durante o conflito armado entre os dois países por causa da Ossétia do Sul.
Com a sua ida à Geórgia, a “NATO mostrou-se favorável ao projecto de restabelecimento do potencial militar nesse país”, acrescentou o ministério russo, denunciando um “encorajamento de Tbilissi a novas aventuras”.
Em Tbilissi, o secretário-geral da NATO deu o seu apoio à Geórgia declarando que a porta da Aliança Atlântica permanecerá “aberta” após o conflito russo-georgiano, uma adesão a que se opõe ferozmente a Rússia.
A NATO criticou ainda a Rússia, estimando que o país “se isolou da comunidade internacional” reconhecendo a independência da Ossétia do Sul e de outra região separatista georgiana, a Abkházia. “Não nos deixaremos impressionar pelo modo como os russos reconheceram essas regiões”, indicou a Aliança.
Já hoje, o Presidente russo Dmitri Medvedev assinou acordos de cooperação e de assistência mútua com ambas as repúblicas, de acordo com a AFP, tendo-se igualmente comprometido a dar-lhes "apoio militar".