Ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra fugiu para Reino Unido para pedir asilo político

O ex-primeiro-ministro da Tailândia Thaksin Shinawatra fugiu para o Reino Unido para pedir asilo político, por não esperar justiça do seu país, onde "a situação piorou", segundo uma declaração sua, hoje divulgada.

Shinawatra e a mulher faltaram hoje à audiência do julgamento, em Banguecoque, onde estão a ser acusados de corrupção.

Numa declaração escrita, e hoje divulgada, Thaksin afirma ter fugido da Tailândia por "não esperar justiça dos tribunais" do seu país.

"Eu e a minha mulher viajámos, para ficar a residir em Inglaterra", segundo a declaração.

"Se ainda tiver a minha sorte, regressarei e morrerei em terra tailandesa, como qualquer outro tailandês", adianta na nota, divulgada hoje pela televisão local.

"O que aconteceu à minha família e a mim é [como o que acontece] à fruta de uma árvore envenenada - a fruta fica também envenenada", justifica Thaksin, acrescentando que continua a haver "uma ditadura na gestão da política da Tailândia (...), que é seguida pela interferência no sistema judicial".

Há duas semanas, um tribunal tailandês condenou a mulher de Shinawatra a três anos de prisão, por fuga aos impostos no valor aproximado de 14 milhões de euros, e por irregularidades na venda da "holding" do marido, a Shin Corp.

Antes de chegar ao poder em 2001, Shinawatra passou para a sua mulher, dois filhos e outros membros do clã familiar a maior parte da empresa, que fundou após deixar o corpo policial, onde chegou ao grau de coronel.

Shinawatra governou a Tailândia de 2001 até 2006, quando foi derrubado por um golpe de Estado dos militares, que estabeleceram uma comissão para investigar todos os casos de desvio de fundos públicos atribuídos à sua família.

O ex-primeiro-ministro está desde então a residir no Reino Unido, onde possui uma casa, tendo comprado, em 2007, o Manchester City.

No seu grande regresso à Tailândia, em Fevereiro passado, Thaksin jurou que iria recuperar a sua boa reputação.

"Pensava que estava tudo melhor e que teria oportunidade de provar a minha inocência e de conseguir uma julgamento justo (...) mas a situação no país piorou", justifica.