Exército russo entra na capital da Ossétia numa altura em que os combates se intensificam

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Esta foi a primeira grande crise a deparar-se ao Presidente russo, Dmitri Medvedev, desde que em Maio sucedeu no cargo a Putin Irakli Gedenedze/Reuters

São as hostilidades mais violentas desde que a Ossétia do Sul se proclamou unilateralmente independente, em Novembro de 1991.

As Forças russas começaram ontem a bombardear o Exército da Geórgia para tentar retomar a administração do território da Ossétia do Sul. A Geórgia pediu ajuda aos Estados Unidos para trazer de volta do Iraque os 1000 soldados que lá tem, para combater a investida russa.

Muitas casas de Tskhinvali estavam ontem em chamas e o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, acusava a Geórgia de escorraçar as pessoas das suas casas, numa "limpeza étnica", que fazia com que o número de deslocados disparasse.

Ao cair da noite, o Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, proclamou que conseguira o controlo quase total da Ossétia do Sul, à custa da morte de 30 georgianos, na sua maior parte militares. Mas os ossetas desmentiram ter perdido o controlo da capital regional.

Veículos blindados russos entraram na madrugada de sexta-feira nos subúrbios setentrionais de Tskhinvali, para fazer com que as unidades militares georgianas se retirassem do terreno que tinham invadido, apesar dos esforços diplomáticos que vinham a ser feitos por Moscovo, Washington e outras capitais para que a situação se resolvesse sem mais derramamento de sangue.

O Presidente da Geórgia afirmou que o seu país e a Rússia se encontravam em guerra, apesar da enorme desproporção de forças. Os EUA e a União Europeia vão enviar medianeiros, para tentar um cessar-fogo.

E analistas políticos citados pela Reuters entenderam que isto é uma tentativa desesperada de Mikhail Saakashvili, Presidente da Geórgia, para recuperar o controlo de uma das regiões separatistas apadrinhadas por Moscovo.

Estará a apostar em que poderia contar com o apoio ocidental para fazer frente ao Kremlin.

Mas pode não ser assim. "Se inicia uma guerra, vai perder o apoio de muitos amigos no Ocidente", comentou James Nixey, analista do Royal Institute of International Affairs, de Londres. A Federação Russa disse que iria continuar os esforços para evitar mais derramamento de sangue e para conseguir que a situação voltasse a um curso pacífico.

Esta foi a primeira grande crise a deparar-se ao Presidente russo, Dmitri Medvedev, desde que em Maio sucedeu no cargo a Putin - que é ainda visto como o detentor do poder real na Rússia.

Os dois candidatos à Casa Branca assumiam posturas muito diferentes quanto à questão: John McCain condenava a "invasão da Geórgia" pela Rússia, enquanto Barack Obama se mostrava mais próximo da Administração Bush, ao pedir contenção a ambas as partes, depois de a maior parte das notícias dizerem que Saakashvili teria sido o principal responsável pela mais recente escalada.

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