Câmara garante continuidade do projecto cultural da Fábrica do Braço de Prata
a O projecto cultural da Fábrica do Braço de Prata vai continuar a ter pernas para andar: a Câmara Municipal de Lisboa garantiu ontem a permanência da Associação Cultural Ler Devagar e da Livraria Eterno Retorno na antiga fábrica de armamento.A autarquia já chegou a acordo com o promotor do empreendimento Jardins de Braço de Prata, a empresa Obriverca, para a manutenção do uso cultural do edifício enquanto este não for cedido à Câmara de Lisboa. A garantia foi dada ontem num comunicado emitido pelo gabinete do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.
A cedência do edifíco da administração da antiga unidade fabril ao município foi uma das compensações estabelecidas no âmbito da operação de loteamento dos terrenos da fábrica, cuja alteração foi aprovada na reunião de quarta-feira do executivo camarário.
A perspectiva de ser vizinho do empreendimeto desenhado pelo arquitecto italiano Renzo Piano agrada ao mentor do projecto cultural da Fábrica do Braço de Prata, Nuno Nabais. "Quando embarquei no projecto, sabia que tinha de sair dentro de um ou dois anos, mas devo confessar que me estava a custar deitar dinheiro e vida fora. Estou muito satisfeito pela generosidade da câmara", admite.
Agora Nuno Nabais só quer que a câmara garanta também a continuidade do projecto depois de consumada a cedência da fábrica ao município. "Sei que não se esforçariam para chegar a um acordo com a Obriverca se não pretendessem a nossa continuidade lá, quando o edifício for do município, mas é preciso certezas", frisa o responsável da Eterno Retorno. Na sede da antiga fábrica de armamento estão também instalados os escritórios do advogado João Nabais, cujo destino não foi ontem possível esclarecer.