Marcha do Orgulho Gay com pouco mais de cem pessoas mas muita música e balões
Participantes exigiram direitos iguais e pediram o fim da discriminação por razões de orientação sexual
A Há lugar para todos na Marcha do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual e Transexual (LGBT) do Porto. Para os ditos e para o SOS Racismo, para as crianças em carrinhos de bebés e para os cachorros barulhentos puxados por trelas, para os Médicos pela Escolha e os Panteras Rosa que chegaram de Lisboa, para os membros do Bloco de Esquerda e para a Juventude Socialista. Houve lugar para todos e, mesmo assim, não chegavam aos duzentos. Ainda faz sentido fazer uma marcha destas?"Faz todo o sentido". Pedro Ferreira faz parte da organização da 3ª Marcha LGBT do Porto e acredita que o caminho feito de música, balões e cartazes coloridos é mais que necessário. "É uma forma de dar visibilidade aquelas que são as lutas e batalhas da comunidade LGBT", diz. E as lutas e batalhas podem reduzir-se às palavras de um dos cartazes que ontem à tarde desfilaram pelo Porto: "Nem menos nem mais, direitos iguais".
Da Praça da República, passando pela Rua de Santa Catarina e até à Praça General Humberto Delgado, a marcha não suscitou muito mais que uns risos divertidos e muitas fotografias. A reacção mais audível foi a de um grupo de miúdos de skate debaixo do braço que aproveitou a passagem dos manifestantes para gritar, entusiasmado: "Sexo, sexo, sexo!". Na Rua de Passos Manuel, um homem negou-se a receber um postal anunciando a festa nocturna da Porto Pride, no Teatro Sá da Bandeira. E o jovem que o estendia ainda sorriu: "Não quer mesmo? Não faz mal." Não quis.
Junto ao edifício dos Paços do Concelho, padrinhos e madrinhas da marcha, entre os quais a escritora Regina Guimarães e a cineasta Raquel Freire disseram "basta" à discriminação motivada pela orientação sexual.